A Watch Brasil está preparando sua expansão internacional com sua nova unidade de negócios, a Watch Lab. Segundo Maurício Almeida, CEO e fundador da empresa, o Lab está em conversas com empresas da Bósnia e da Irlanda, deve participar de eventos internacionais de conteúdo e buscar seu primeiro cliente estrangeiro em 2024.

A divisão nasce separada da Watch Brasil, mas oferecerá ao mercado todos os produtos de tecnologia que o hub de conteúdo de vídeo disponibiliza atualmente para mais de 900 ISPs brasileiros, como gerenciamento de assinantes, solução de redução de churn, up-selling e cross selling.

Na estratégia de expansão para outros países, a Watch tem parcerias firmadas com Kaltura e sua plataforma KTP, além da AWS. Almeida afirmou que o apoio das duas empresas é um “cartão de visitas” que abre portas para o exterior.

“Existe um mercado imenso que podemos explorar. Um mercado que antes era pequeno demais para a Kaltura e que nós podemos nos beneficiar”, disse Almeida, ao explicar a parceria e que a estratégia do Watch Lab também é válida para empresas brasileiras.

Atualizações

Além da estratégia internacional, a Watch apresentou uma estrutura tecnológica. Os aplicativos da companhia (próprios e white label) estão sendo reescritos na tecnologia React, o código-aberto da Meta que é usado pelos principais apps de streaming do mundo e deixa o consumo de vídeo mais leve e fluído.

Contando ainda com inteligência artificial da KTP, APIs e escalabilidade da nuvem da AWS, os aplicativos permitirão à Watch explorar novos modelos de negócios, como ofertas de jogos, shows, filmes para alugar, que antes precisavam passar pelo time de TI da própria Watch, mas agora podem ser feitos diretamente pela equipe de marketing e campanhas via painel da KTP.

A utilização dessas tecnologias também torna mais fácil a criação de aplicativos white label, ou seja, a customização do app da Watch para a identidade do ISP ou empresa. Atualmente, o hub de conteúdo oferece apps para UOL Play, NewCo e os provedores Vero e Aloha.

Próximos passos

Segundo Carlos Motter, CTO da Watch, a primeira fase do lançamento dos apps neste ano terá a oferta de pacotes sem a necessidade de passar pelo TI. Na segunda fase da atualização dos aplicativos, a plataforma terá um ‘superagregador’ que permitirá ao consumidor fazer pesquisas de conteúdos da Watch e dos parceiros. Atualmente, a Watch tem 20 mil conteúdos e 68 canais.

Motter confirma ainda que a companhia deve utilizar IA generativa em processos internos, algo que está sendo estudado para o próximo ano.

Por sua vez, Almeida ressaltou que a tecnologia  da empresa permitirá a adoção de canais digitais FAST, aqueles com conteúdos direcionados a um determinado público. Os primeiros canais devem ser lançados no começo de 2024.

Sobre a possibilidade de aderir ao bloqueio de senha, similar àquele feito pela Netflix, o CEO afirmou que seguirá a diretriz dos seus parceiros de conteúdo, caso ocorra. Entre os players que oferecem conteúdo na Watch hoje estão HBO Max, Paramount e Globo, por exemplo.

Imagem principal: Maurício Almeida, presidente e fundador da Watch Brasil (crédito: Henrique Medeiros/ Mobile Time)