De acordo com a mais recente previsão do mercado global de jogos feita pela Newzoo para 2018, os dispositivos móveis serão, até o fim do ano, a maior plataforma de games do mundo, sendo responsável por 51% da receita desse setor, ou US$ 70,3 bilhões.

Essa é a primeira vez que o segmento móvel contribuirá com mais da metade da receita global dos jogos. Do montante, 80% é receita gerada por jogos para smartphones, ou seja, US$ 56,4 bilhões; e os outros 20% vêm dos tablets, ou US$ 13,9 bilhões.

Ao todo, os cerca de 2,3 bilhões de jogadores em todo o planeta gastarão em 2018 US$ 137,9 bilhões em games, somando computadores, consoles e celulares, o que representa um aumento de 13,3% em relação a 2017. Trata-se de recorde para essa indústria consolidada. Enquanto isso, os jogos para PC devem ficar atrás dos consoles na corrida pela segunda maior plataforma de jogos.

Desde 2012, os jogos feitos para os dispositivos móveis vêm ganhando fôlego e, desde então, cresceram constantemente. Naquele ano, o mobile representava 18% do faturamento, ficando em terceiro lugar, bem atrás dos jogos para PC, que tinham 37%, e dos consoles, com 45%. Em apenas três anos os dispositivos móveis chegaram a 34%, alcançando os jogos para desktops e dividindo com eles a primeira posição, deixando os consoles dois pontos percentuais para trás.

Quem achava que os jogos para celular seriam um segmento isolado, voltado principalmente para jogadores casuais, se enganou. Os smartphones e tablets fazem frente às plataformas consideradas “mais gamers” e “mais imersivas”.

PC e consoles

Notavelmente, a ascensão do mobile não canibalizou significativamente as receitas dos mercados de jogos para PC ou consoles, que mostraram um crescimento constante nos últimos anos. Em 2018, o console gerará US$ 34,6 bilhões e captará 25% do mercado. Os jogos de PC terão uma receita de US$ 32,9 bilhões, tornando-se o menor segmento de jogos com uma participação de mercado de 24%.

Para 2021

O relatório prevê que, até 2021, o mercado mobile deverá atingir a marca de US$ 106,4 bilhões. E se, em 2018, chegam a 51% do total de receitas, em 2021 a previsão é de que eles sejam responsáveis por 59% das receitas globais.
Ou seja, no espaço de uma década, jogo móvel terá crescido do menor segmento em 2012 (com 18% da fatia da receita total) para uma indústria de US$ 100 bilhões em 2021.

A Newzoo espera que o faturamento total em jogos eletrônicos aumente para US$ 180,1 bilhões até 2021, uma taxa de crescimento anual composta (CAGR, na sigla em inglês) de 10,3% entre 2017 e 2021.

Considerando que as receitas do mercado global de jogos foram de US$ 70,6 bilhões em 2012, isso coloca o CAGR de 10 anos para o mercado (2012-2021) em 11%. Manter uma taxa de crescimento de dois dígitos por 10 anos é significativo.

Comparação

Para se ter uma ideia, em 2016, a arrecadação das bilheterias de cinema no mundo foi de US$ 38,6 bilhões, de acordo com o relatório da Associação do Cinema dos Estados Unidos (MPAA). Em 2017, a comScore contabilizou o recorde de US$ 39,92 bilhões, um aumento de 3% em relação ao ano anterior. Essa foi a maior arrecadação da história da indústria cinematográfica. A comparação não é justa com o cinema, já que os games ultrapassaram sua principal concorrente há alguns anos, mas ajuda a entender a força dos jogos em todo o mundo.