Luisa Muneratti, da DoCoMo Digital, no MobiXD 2022

A DoComo Digital está em conversas com pelo menos duas operadoras no Brasil para trazer a sua plataforma de assinatura de serviços digitais. Durante o MobiXD, evento organizado por Mobile Time em São Paulo nesta terça-feira, 10, Luisa Muneratti,  vice-presidente sênior para América Latina e Europa da empresa, confirmou o avanço das conversas no País.

“Estamos negociando com 15 operadoras no mundo, sendo dois grupos na América Latina”, revelou.

Muneratti explicou que a primeira operadora a usar esse serviço foi a Optus, da Austrália. Batizado de Optus SubHub, os OTTs que a operadora oferece ficam em uma loja dentro de seu aplicativo e o cliente pode escolher quais prefere. Desta forma, não é aa mais a operadora quem define qual serviço é embarcado em um pacote. Com este formato, a empresa de telecom australiana teve um aumento de 14% no ARPU em três meses e 25% em quatro meses.

Na Optus são mais de 50 serviços ofertados dentro do marketplace, que está disponível no app principal da operadora, além de um app secundário e em um marketplace na web. A operadora começou somente com OTTs de entretenimento, mas depois adicionou serviços de educação e finanças.

Como se trata de uma mudança significativa na forma como serviços digitais são oferecidos pelas teles, Muneratti destacou a importância de a operadora fazer um trabalho coordenado e cuidadoso de comunicação da novidade, para que seus assinantes compreendam as vantagens do novo modelo.

“O engajamento da empresa tem que estar claro. Parte do investimento de marketing vai para essa iniciativa, ou o usuário não entende. Tem que ter um alinhamento forte do core da empresa, com marketing e operações”, disse. “Na Optus, até o momento vimos apenas benefícios. Além do ARPU, o score da operadora aumentou 30%. A reputação dela teve incremento e ela se tornou a melhor operadora do país”, concluiu.

Com o serviço ativo há oito meses no mercado australiano, a executiva explica que agora outras operadoras devem adotar a solução. O modelo de negócios não é baseado em revenue share, mas em fee de instalação da plataforma, pois a empresa foca na entrega da tecnologia. Não há restrição de tamanho de operadora, ou seja, a solução pode ser usada com grandes MNOs, além de MVNOs e ISPs (inclusive de banda larga fixa).