TIM; Conexis; Painel Telebrasil 2021

Pietro Labriola, durante o Painel Telebrasil 2021, explicou que aposta numa redução de regras para as operadoras e não aumento de obrigações para as OTTs

Pietro Labriola, presidente da Conexis e CEO da TIM, defendeu a mudança de regras para as empresas de telecomunicações. Em sua fala durante o segundo dia do Painel Telebrasil, nesta terça-feira, 21, o executivo comparou as obrigações das operadoras com as regras para as OTTs e questionou se não seria melhor reduzir essas regras para as companhias de telecom ao invés de elevar aquelas das over-the-top. Para Labriola, antes, as leis eram feitas olhando para o passado e hoje isso não é mais possível. É preciso definir um novo modelo porque o futuro muda a cada ano.

“Nós temos muitas regras. Obrigações de ter um contrato em papel. Netflix, WhatsApp não têm. Temos obrigação de atendimento humano com níveis de qualidade. Se o cliente não gosta, pode enviar uma mensagem para a Anatel. Juntos (operadoras, Anatel, MCom) temos que ter uma mesa intersetorial para saber quais são as regras para o futuro, onde termina a responsabilidade das operadoras e onde começa as das OTTs. Não quero colocar mais regras para todos. Talvez seja melhor reduzir. Acho correto colocar as mesmas regras para todos nós (operadoras e OTTs). É uma reflexão que temos que colocar todos juntos porque o mundo está mudando”, resumiu Labriola.

O CEO da TIM lembrou ainda que, em um passado não muito distante, na implementação da tecnologia 2G, ou seja, em 2010, quando o cliente não conseguia fazer uma ligação, a responsabilidade era das operadoras. Hoje, com as mudanças tecnológicas, a telefonia mudou e uma ligação pode não ser de responsabilidade das operadoras. “Hoje o mundo é mais complexo e estamos transportando dados. Não sabemos o que está do outro lado e o problema pode estar no aplicativo. Mas, se o usuário tem dificuldades em fazer uma ligação pelo WhatsApp, ele liga para a operadora para reclamar”, exemplificou.

Inovação nas empresas

Labriola explicou que, em sua visão, a tecnologia de quinta geração móvel é uma plataforma habilitadora que permitirá que a inovação volte para dentro das empresas. E explicou: “Quando tinha 18 anos via que a inovação estava dentro das empresas. Você encontrava a melhor impressora, os melhores computadores lá dentro. Depois, os elementos mais inovadores passaram a estar dentro da casa das pessoas. Com a chegada do 5G, as empresas terão essa plataforma habilitadora que permitirá a inovação de volta às empresas. Mas, para isso, é preciso priorizar a infraestrutura”.

O executivo também elogiou mais uma vez a forma como o leilão foi construído, na modalidade não arrecadatória. “Sem as operadoras desenvolverem uma infraestrutura não tem como ter carro autônomo, cirurgia a distância. O (Hospital) Einstein não vai desenvolver uma telemedicina sem infraestrutura. Essa modalidade de leilão prioriza a construção da rede”, resumiu.

O 5G permitirá que empresas e startups desenvolvam novos modelos de negócio. “E por isso é importante valorizar a infraestrutura e não a maximização dos preços. A digitalização e a inclusão vão chegar com o móvel e com o 5G. O 5G é uma plataforma que vai habilitar novos modelos de negócio”, explicou.