Até o fim de 2022, o Brasil terá 4,5 contas digitais abertas por pessoa economicamente ativa. Trata-se de um aumento de 15% na comparação com 2021 A estimativa faz parte do Estudo Comparativo de Bancos 2022, desenvolvido pela regtech idwall e feito a partir de coleta de dados públicos, que projeta um total de 184 milhões de contas digitais abertas somente este ano. Segundo a empresa, o segmento deverá crescer nos próximos anos, porém em um ritmo menor.

Com o aumento das contas digitais, espera-se também que se tenha uma redução na quantidade de agências bancárias, migrando para um modelo phygital, com formas de apoio mais baratas – chamados no estudo de postos de atendimento. A pandemia acelerou esse processo. De acordo com os dados coletados pelo estudo, do início da pandemia de Covid-19 até agosto de 2021, 89 municípios brasileiros perderam agências bancárias físicas. Nesse mesmo período, o número de cidades que simplesmente não possuem agências subiu de 2.338 para 2.427. A estimativa é que em 2024 aconteça o número de agências equivalha ao número de postos de atendimento e que, nos anos seguintes, as agências continuem em declínio e os postos cresçam ainda mais. Veja o gráfico abaixo:

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Gráfico mostra o momento em que as agências perderão espaço para os postos de atendimento. Fonte: Estudo Comparativo de Bancos 2022/idwall

Fintechs

Outro ponto observado pelo estudo da idwall é uma possível desaceleração no número de fintechs. Em menos de 10 anos, o número das startups do setor financeiro quadruplicou, chegando nos primeiros meses de 2022 a 1.289 empresas (no acumulado).

“Isso pode ser um forte indicativo de uma tendência de consolidação do setor. Com a redução do funding das empresas e o amadurecimento dos investimentos (rounds maiores como C e D e uma redução do volume total), também se espera que o mercado inicie um processo de consolidação nos próximos anos”, aponta o estudo.

O relatório mostra que o Brasil possui ao menos 10 instituições digitais com mais de 10 milhões de clientes. As instituições avaliadas cresceram, em média, 169% em 2021 — com destaque para o Iti, o banco digital do Itaú, que teve um aumento de 564%.

Nubank e PicPay despontam como líderes em base de clientes, somando sozinhas 125 milhões de usuários em março de 2022.

“Com o aumento da consolidação e amadurecimento das instituições, começamos a ver o início de uma concentração das aberturas de contas em alguns players”, conclui o estudo. Os dados indicam ainda para uma consolidação do mercado.

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Comparativo do volume de transações realizadas via Transfeera dos bancos tradicionais e dos digitais, que vão ganhando espaço aos poucos. Fonte: Transfeera/Bank of Boston no Estudo Comparativo de Bancos 2022/idwall

Bancos x fintechs

As fintechs também são destaque em volume de transações. O estudo mostra que, se em 2017 100% das transações feitas na Transfeera para pessoas físicas ocorreram via os cinco maiores bancos – Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander – quatro anos depois a proporção caiu para 56%.

“Bancos e carteiras digitais tiveram um recorde de 24,7 milhões de downloads no Brasil em março deste ano, uma alta de 20,9% em relação a fevereiro, e de 12,0% versus março do ano passado”, escreve a idwall em seu estudo.