A Natural Bot é uma startup voltada para o setor de food service que fornece tecnologia baseada em inteligência artificial. Entre suas soluções está o CoPiloto de vendas, assistente automatizado de IA generativa, integrado ao WhatsApp, voltado para o delivery. Ele faz atendimento, tira dúvidas, envia cardápios, sugere itens, pega o endereço, calcula o frete, processa pagamentos e emite automaticamente a Ordem de Serviço. Ele mesmo controla o gateway de pagamento – ou seja, confirma junto ao Banco Central, caso seja Pix, ou junto às operadoras de cartões. E, uma vez confirmado o pagamento, gera a ordem de serviço para o restaurante. Seu desenvolvimento levou 2 anos e R$ 2 milhões. E, se, atualmente, possui 100 contas ativas, até o fim do ano planeja alcançar a marca de 1,7 mil e passar de 15 mil até o fim de 2026.

O assistente utiliza Processamento de Linguagem Natural (PLN) para as interações, compreende texto e áudios, além de abreviações, regionalismos e emojis e está disponível para todo o país.

“Ele faz todo o processo de vendas”, explica Rafael Coffani, fundador da Natural Bot, em conversa com Mobile Time. “O WhatsApp é uma ferramenta muito poderosa no mercado brasileiro. E, colocando uma lupa no mercado de food service, os marketplaces dominam. Por outro lado, o mercado está num momento de embaralhamento das cartas, por conta da entrada da Meituan. O cenário mudou e o WhatsApp é hoje o app que mais concorre diretamente com o iFood. A nossa diferença é que não queremos ser gestor de PDV, mas somos um módulo de vendas. E o nosso intuito é nos integrarmos com o máximo de gestores de PDVs, ERPs, CRMs, sistemas de logística do mercado de food service” resume o executivo.

A Natural Bot é homologada pelo iFood para a entrega parceira e com a Pick n Go!, marketplace de Brasília focado em logística.

A tecnologia da startup foi desenvolvida ao longo de dois anos a portas fechadas, ou seja, era pura criação, sem clientes envolvidos. “Nosso foco era o controle de alucinação”, explica o executivo.

“Quando começamos não havia documentação no mundo dizendo como fazer o que fizemos. E não ter clientes na época nos deu a possibilidade de errar, acertar e avançar. Montamos um time de desenvolvedores e uma equipe de cientistas de dados. E os dois grupos focaram em criar uma arquitetura que otimizasse a IA, pensando em controle de alucinação. E fomos muito felizes nesse caminho”, afirma Coffani.

Informações sobre preços e produtos, o assistente não erra mais, garante. A plataforma possui uma série de camadas de segurança para garantir mitigação com relação a qualquer falha que aconteça e a IA se autorregula.

“É um sistema de multiagentes e a nossa ideia é expandir para outros tipos de agentes”.

Modelo de negócio

Natural Bot

Rafael Coffani, fundador da Natural Bot. Crédito: divulgação

Atualmente, a Natural Bot possui mais de 100 contas ativas e seu modelo de negócio é o SaaS. O cliente paga uma mensalidade a partir de pacotes que, por sua vez, são baseados em requisições. São mensalidades que começam por R$ 250 com 4 mil requisições – sendo uma requisição o equivalente a uma pergunta e uma resposta da IA.

Vale dizer que a Natural Bot é uma Meta tech provider.

A tecnologia provida pela Natural Bot é um white label para restaurantes e unicamente para estabelecimentos do tipo.

“Não queremos um ChatGPT. Não é para ser divertido. Ele é um funil de vendas, especializado. Mas é um agente que interage, responde de maneira satisfatória”, explica. E, se o cliente faz uma pergunta ou um comentário que não tem nada a ver com o pedido, a IA se esquiva. “Ele nem entra no tema e corta com calma, classe e gentileza”, completa.

O passo a passo

A orquestração se baseia em três atos: o primeiro é a conversação (pedido, tiragem de dúvidas e sugestões, por exemplo). O segundo ato é o endereço (retirar na loja, cadastrar novo endereço e escolher um). Uma vez cadastrado, ele guarda o endereço e, nos pedidos seguintes, será necessário escolher. É possível também mandar a geolocalização e informar o complemento. Passando o endereço, vai para o fechamento do pedido, cálculo do frete (de acordo com o quilômetro rodado) e, por fim, oferece formas de pagamento – duas online e duas offline. Neste último caso, gera a ordem de pagamento e o estabelecimento faz a logística do recebimento. E o Pix é copia e cola, com uma camada de segurança que impede alteração de valor por parte do cliente.

Entre os desafios para o desenvolvimento do bot estão pizza de dois sabores e as possíveis maneiras de seleção de endereço de entrega. “Se você soubesse a complicação que foi desenvolver essas duas informações. Foram seis meses e mais de R$ 150 mil para fazer a IA não errar a pizza de dois sabores. É muito complexo quando você traz muitas variáveis. O LLM é o capeta na forma de algoritmo”, brinca.

Sentimentos

A Natural bot também desenvolveu análise de sentimento. O CoPiloto avalia se a conversa está neutra, positiva ou negativa – no nível macro. No nível micro, é possível ainda analisar surpresa, tristeza e raiva. “Se ficar muito negativo, o agente pode transferir a conversa automaticamente para um atendente humano”, diz.

“A ideia é dar força e escala de atendimento aos restaurantes. Não queremos substituir o atendente humano. Ele é fundamental para a equação. A diferença aqui é que na Natural Bot ele vai conseguir atender mais com menos estresse. Tiramos dele a fase do pedido, que é onde está a maior carga, aquela que consome mais tempo. Agora, é o CoPiloto que faz”, resume.

Depois do pedido feito, chega uma mensagem de pendente. Em seguida, é enviada uma mensagem de confirmação do pedido e que o restaurante deverá confirmar. Ao aceitar, ele manda as notificações: pedido confirmado, pedido sendo preparado, pronto para ser enviado e acabou de sair. Caso o estabelecimento esteja integrado ao iFood Entrega Parceira ou com a Pick n Go!, o CoPiloto manda também um link de rastreamento do entregador. “Neste caso, não tem nada a ver com a Natural Bot, só repassamos a informação do parceiro de logística quando ele disponibiliza”, diz.

Próximos agentes da Natural Bot

A Natural Bot não parou por aí. No momento, desenvolve agentes para pós-venda, de reserva de mesa e atendimento em mesa.

Sobre o garçom virtual, a proposta é que ele ofereça dicas para incrementar a experiência no estabelecimento. “A ideia é proporcionar uma melhor experiência, explicar qual bebida harmoniza com o prato escolhido, por exemplo. E ele vai fazer os pedidos também”, diz.

O agente virtual de reservas está programado para ser lançado ainda este ano e o atendimento em mesa, para o primeiro trimestre de 2026.

 

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