Um levantamento feito pela Juniper Research apontou que nos últimos cinco anos, o número de transações por carteira digital aumentou 110%. A empresa afirma que essa disparada foi em parte motivada pela pandemia de Covid-19, contexto em que o comércio online ganhou maior espaço. Mas mesmo após o fim da pandemia, o conceito cashless segue em alta por conta de sua facilidade.

“Com o desenvolvimento da tecnologia, o comportamento do consumidor mudou e apoiou significativamente a ampla adoção das carteiras digitais, mesmo em regiões em que havia maior resistência, como América do Norte e Europa”, observa a consultoria.

O relatório aponta que a adesão, no entanto, tem suas discrepâncias quando se trata de comportamento geracional. Enquanto as gerações mais velhas, como os Boomers e a Geração X, são mais adeptos aos sistemas bancários tradicionais, as mais jovens, como os Millennials e a Geração Z, são bastante receptivas a novas tecnologias de pagamento. Aliás, a Gen Z domina e é a mais engajada no mercado de carteiras digitais, com 80% de sua população utilizando a tecnologia.

A Juniper observa que essa forte adesão deve ser um ponto de atenção às empresas de carteiras digitais, já que se trata de uma geração que “espera configurações instantâneas e fáceis”, além de ser “altamente cautelosa financeiramente”. O foco, porém, não significa deixar de lado as gerações mais velhas. A consultoria recomenda que se busque conquistar a confiança e a lealdade desse público.

Pelo mundo

O uso de carteiras digitais é mais estabelecido na China, Reino Unido e Suécia, onde não só as mais tradicionais são utilizadas, como há também opções regionais, a exemplo da Swish da iDEAL. Há também nações que estão passando por um processo de revolução com a tecnologia, casos de Quênia (M-Pesa) e da Índia (Paytm).

Nos Estados Unidos, no entanto, a Juniper observa que os consumidores ainda são bastante resistentes às carteiras digitais, já que as redes de cartão estão muito bem estabelecidas. Já na América Latina e na maior parte da África, o processo de adesão tem sido lento.

Carteira digital: um passeio pelo mercado

Neste ano, novas tendências foram identificadas, como: códigos QR (quick response), cartões virtuais, cartões virtuais pré-pagos, uso corporativo e maior integração entre provedores. A consultoria aponta também que o mercado de carteira digital divide-se da seguinte maneira:

  • Circuito aberto: são as mais versáteis, podendo ser usadas em vários comércios e plataformas;
  • Circuito fechado: contas pré-carregadas e que podem ser utilizadas apenas na rede do emissor;
  • Circuito semi-fechado: pagamentos podem ser realizados dentro de uma rede de comerciante específica;
  • Carteiras IoT: projetadas para permitir transações entre dispositivos interconectados;
  • Carteiras Crypto: como o próprio nome faz alusão, elas fazem transações na rede blockchain, armazenando chaves privadas e públicas.

Dessas, segundo a Juniper, as mais comuns são os circuitos abertos e semi-abertos, enquanto as carteiras IoT são apontadas como uma tendência do segmento, já que proporcionam maior automação e flexibilidade do pagamento. Hoje, estima-se que o número de usuários é de 4,5 bilhões e a projeção para 2030 é que chegue a 6 bilhões, um crescimento de 70%.

Apesar do alto uso — especialmente em pagamentos —, a consultoria destaca desafios no mercado de carteiras digitais, especialmente quanto à regulamentação, que ainda é bastante fragmentada. Segundo ela, isso faz com que a aderência seja um processo complexo e lento. Outro ponto é em relação à segurança, que tem se mostrado mais fragilizada ano a ano.

*Ilustração produzida por Mobile Time com IA.

 

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