A agenda 2030 da ONU consiste em 169 metas distribuídas entre 17 objetivos de desenvolvimento sustentável que devem ser perseguidas por governos e pela sociedade em geral para vivermos em um mundo mais justo e equilibrado até 2030. No Brasil, um grupo de mais de 50 pessoas, entre desenvolvedores, designers de UX e profissionais de outras áreas, se juntaram em um movimento chamado Tribots, cujo propósito é criar gratuitamente chatbots que contribuam para a agenda 2030 da ONU.

O Tribots foi fundado em agosto do ano passado por Leandro Souza, profissional de TI que atua na área de business intelligence e que nos últimos anos começou a estudar o desenvolvimento de robôs de conversação. Paralelamente, teve contato com a agenda 2030 da ONU e percebeu que havia uma oportunidade de aplicar ali seu conhecimento na criação de bots.

“Dá para fazer muita coisa legal ligando a agenda 2030 e bots. Então criei o movimento Tribots. O nome mistura as palavras ‘tribo’, ‘bots’ e a expressão gaúcha ‘tri'”, relata Souza, em conversa com Mobile Time. Ele convidou outros profissionais para aderir ao movimento, incluindo os colegas da sua turma do curso de desenvolvimento de bots. Em menos de 24 horas mais de 50 haviam topado participar.

O primeiro bot desenvolvido pelo movimento se chama Vitória (Messenger) e se propõe a ajudar fumantes que queiram largar o vício. Ele existe dentro do Messenger e foi programado com apoio de profissionais da área de saúde.

O segundo projeto seria de um bot para ensinar as pessoas a separarem lixo doméstico, em parceria com uma ONG de Porto Alegre chamada Nossa Casa. Este projeto, contudo, foi temporariamente interrompido para que fosse priorizado outro: um bot com informações sobre o novo coronavírus (Messenger) e que vem fazendo sucesso não apenas no Brasil, mas em países africanos de língua portuguesa, conta Souza.

O próximo projeto será também focado na Covid-19. Estão na mesa duas ideias: um bot para conectar pessoas que queiram realizar doações e ONGs locais que possam distribui-las; e um bot que dê dicas sobre como resolver problemas do dia a dia em tempos de quarentena e isolamento social.

A equipe responsável por cada projeto se encarrega também da curadoria e da manutenção do bot após seu lançamento.

Os projetos do Tribots, além de contribuirem com causas diversas, servem aos próprios voluntários na construção de seu portfólio, o que pode ajudá-los no mercado de trabalho. “Temos uma galera bem variada. Há pessoas que já trabalham com bots e outras que querem trabalhar – neste caso o Tribots serve como uma porta de entrada, permitindo a construção de um portfólio”, descreve Souza.

O movimento está aberto a sugestões de ONGs para o desenvolvimento voluntário de novos bots, informa Souza.