Infraestrutura

O serviço de voz a partir da rede 4G, o VoLTE, começa a ganhar relevância no cenário nacional com a chegada do 5G. Embora sejam de gerações de redes celulares diferentes, o VoLTE funcionará como uma tecnologia de retaguarda, quando o usuário estiver em uma ligação de voz e sair do raio de cobertura 5G, o VoLTE será o serviço da operadora que o manterá conectado.

Carlos Roseiro, diretor de soluções integradas da Huawei, explicou que o VoLTE é importante porque a operadora que tem o 5G NSA – se não tiver VoLTE – cai para o 2G e 3G. Ou seja, a ligação continua, mas a qualidade cairá drasticamente. Agora o cenário é pior com o 5G standalone (SA), o padrão que será usado pelas operadoras no começo da quinta geração: não há previsão de transbordo para redes legadas. Portanto, se um usuário deixa a área de uma rede 5G, a ligação cai.

O executivo da fornecedora citou outros três motivos para as operadoras manterem o VoLTE e por consequência as redes 4G.

“Como 5G SA ainda não tem o Voice over New Radio (VoNR ou voz sobre 5G), a operadora com SA precisa fazer o fallback para o 4G. O segundo motivo é a história de eficiência espectral, a ideia é desligar uma das redes 2G ou 3G (para ganhar mais espectro) e fazer a voz no 4G. E o terceiro motivo é que o VoLTE permite serviços de voz com vídeo. Na China já tem”, explicou.

TIM

No Brasil, uma das operadoras que mais investiu no VoLTE foi a TIM. Atualmente, a companhia está com a tecnologia ativa em 4,7 mil cidades. Na última semana, durante apresentação de resultados e dos planos para os próximos seis anos, Leonardo Capdeville, CTIO da telco, deu ênfase ao VoLTE como uma das tecnologias que reduziu os gaps de rede a partir da aquisição da frequência de 700 MHz.

“A cobertura dos 700 MHz nos permitiu lançar o VoLTE. Nós fomos a primeira operadora na América Latina a lançar o VoLTE e até hoje somos a única a ter em escala no Brasil. Estamos falando de 4,7 mil cidades. Pode parecer um tema técnico, mas quando adotamos o VoLTE, a gente passa a ter uma qualidade muito maior na voz. Tanto na parte de vídeo como para evitar a queda de chamada – redução de 50% nas quedas”, disse Capdeville.

“Podemos achar que chamada de voz é algo obsoleto, mas não é. Ainda faz parte do conceito de experiência do usuário. A única forma de manter uma chamada de voz no 5G – quando termina sua cobertura – e indo para VoLTE. Então, a operadora ter VoLTE, principalmente no início em que o 5G ainda está crescendo, é fundamental”, completou o CTIO da TIM.

Novos entrantes

Roseiro entende que as novas operadoras móveis que adquiriram outorgas no último leilão de frequência em novembro do ano passado poderão fazer acordos de roaming e usar o VoLTE das grandes. Uma dessas operadoras que cogita parceria é a Unifique. “A princípio nós estamos buscando parcerias (no 4G)”, disse Wilson Souza Júnior, diretor financeiro da operadora.