O Venturus, centro de inovação tecnológica brasileiro que realiza projetos encomendados por diversas empresas de TI e telecom, dentre as quais Sony Mobile, Ericsson, Gemalto e Oberthur, está trabalhando no momento em 15 diferentes projetos na área de wearable devices, além de outros relacionados a Internet das Coisas (IoT) em geral. Essa quantidade representa quase 40% do total de 40 projetos sob a responsabilidade de Marcelo Abreu, gerente de inovação do Venturus. São todos projetos relacionados a software e que terão alcance global, não apenas no Brasil. Um deles parte de uma universidade estrangeira e está relacionado à saúde, mas o executivo não pode revelar maiores detalhes.

A atuação do Venturus nessa área começou cerca de três anos atrás, quando surgiram as primeiras demandas por parte da Sony Mobile para criar softwares para seus primeiros relógio e pulseira conectados. O centro de inovação foi responsável pelo desenvolvimento de app Lifelog, por exemplo, que coleta dados sobre a rotina diária de quem veste a pulseira inteligente da Sony Mobile. De lá para cá, a procura por novos projetos na área de wearables vem crescendo constantemente.

"No futuro, qualquer coisa que custar acima de US$ 100 terá um chip. A vida será conectada. Tudo que está à sua volta estará coletando dados e fornecendo soluções para problemas que você nem sabia que tinha", prevê Abreu.

Hardware

Embora todos os projetos com wearable devices do Venturus até o momento tenham sido na área de software, o centro de inovação dá palpites sobre hardware para os seus clientes. O executivo reconhece que ainda há alguns gargalos a serem superados nesse aspecto, como o tamanho dos sensores: a maioria que existe hoje foi criada para smartphones, não para aparelhos de pequeno porte, como um relógio ou uma pulseira – por isso alguns relógios são tão grandes.

Processadores para wearables, por sua vez, começam a ser criados, mas falta aumentar a duração da bateria. Neste ponto, Abreu aposta no aperfeiçoamento dos algoritmos para diminuir o consumo de energia das variadas aplicações, mas também no uso de novo materiais, como o grafeno. Além disso, o aproveitamento da energia solar ou mesmo da energia produzida pelo movimento do corpo humano pode contribuir para minimizar o problema da bateria.