Exemplo da tela com sugestões de rotas em diferentes modais

O Quicko (Android, iOS), aplicativo nacional que gera rotas de diferentes modais de transporte público, quer chega ao fim de 2020 com 1,2 milhão de usuários ativos mensais (MAUs, na sigla em inglês), informa seu diretor de relações institucionais e cofundador, Pedro Somma, em entrevista para Mobile Time. Lançado oficialmente há pouco mais de um mês, o Quicko acumula mais de 70 mil downloads. O aplicativo funciona por enquanto apenas em São Paulo, mas vai se expandir para outras cidades no ano que vem, começando pelo Rio de Janeiro.

“O ecossistema de mobilidade ficou complexo no Brasil. Surgiram apps de bicicletas, patinetes, táxis, carros… Vimos então uma oportunidade grande de ajudar as pessoas a escolherem a melhor forma de se deslocarem pela cidade, agregando maior conveniência”, explica o executivo. E ressalta, em seguida, um dos diferenciais da empresa: “A Quicko é 100% brasileira. É focada em combinar os modais para as cidades brasileiras.”

O aplicativo não demanda nenhum cadastro para ser utilizado, tão somente a permissão para acessar a localização por GPS. Assim que aberto, apresenta um mapa e os ícones de diferentes modais e serviços aos quais está integrado: ônibus, trens, metrô, bicicletas e até guarda-chuvas compartilhados (de outra startup, a Rentbrella). Ao clicar nos modais desejados, o mapa exibe suas informações, como a localização dos pontos de ônibus, ou das estações do metrô, ou das estações de bicicletas da Tembici etc. Graças a uma parceria com a prefeitura de São Paulo, o app consegue apresentar dados em tempo real dos ônibus em trânsito na capital paulista. É possível verificar exatamente quanto tempo cada um levará para chegar em determinado ponto de ônibus, por exemplo. Ao informar seu destino, o Quicko sugere para o usuário algumas opções de rota, combinando os diferentes modais aos quais está integrado e indicando qual é a mais rápida e qual é a mais barata. Além disso, o app envia notificações com notícias sobre o transporte público em tempo real, como algum problema nas linhas do metrô etc. “Trazemos informações relevantes para que a jornada da pessoa não tenha surpresas”, explica.

Pedro Somma, diretor e cofundador da Quicko: “É como o Waze de quem não tem carro, o Waze do transporte público”

Nessas primeiras semanas de operação, a startup notou que o uso mais comum consiste em se localizar no mapa para procurar alguma estação de metrô ou ponto de ônibus. Em segundo lugar vem o pedido de roteirização. “A gente sugere uma série de combinações de transportes e o usuário acaba descobrindo opções de deslocamento que nem sabia que eram possíveis”, relata. “É como o Waze de quem não tem carro, o Waze do transporte público”, compara.

A estratégia da startup é 100% centrada no usuário, afirma o diretor. Há uma preocupação grande em oferecer uma experiência simples, direta e que agregue valor. Por isso, mantém uma equipe própria de UX designers e de desenvolvedores de Android, iOS e backend. A decisão de não solicitar dados de cadastro também faz parte dessa estratégia.

Modelo de negócios

Ao sugerir rotas, o Quicko pode direcionar o usuário para apps de terceiros, seja para alugar uma bicicleta ou solicitar uma corrida de automóvel. O link gerado para direcionamento permite que os parceiros identifiquem que aquele acesso veio do Quicko. Caso o usuário efetue uma compra nesses apps, o Quicko é remunerado por eles, com uma pequena comissão. Esse é o seu modelo de negócios.

A startup recebeu no ano passado aporte de US$ 10 milhões do fundo de investimentos J2L e da CCR. Não há necessidade de nova rodada para a expansão da operação planejada para 2020.

Equipe da startup reunida em seu escritório em São Paulo