Em reunião com o grupo de deputados que analisa mudanças na legislação eleitoral, a rede de mobilização social global Avaaz divulgou uma pesquisa cuja conclusão aponta a necessidade de um trabalho contra fake news com muita antecedência às eleições.

De acordo com o estudo, realizado durante as eleições de 2020 nos Estados Unidos, entre os 44% dos eleitores que tiveram acesso a informações falsas sobre o resultado do pleito, 35% acreditaram na notícia mesmo após o fim do processo eleitoral.

Para Laura Moraes, coordenadora sênior das campanhas da Avaaz, se tivesse ocorrido uma intervenção das plataformas num período anterior a 45 dias, seria possível, por exemplo, ter evitado a invasão do Capitólio por grupos extremistas.

Moraes apontou, por exemplo, o uso pelo Facebook da política de “downgrade do algoritmo”. “Eles ajustam a inteligência artificial da plataforma para que ela pare de amplificar esse tipo de conteúdo que glorifica a violência e espalha a desinformação política. Assim, o alcance cai drasticamente”, explicou.

A relatora do grupo de trabalho, deputada Margarete Coelho (PP-PI), se comprometeu a incluir este ponto em seu relatório. Segundo ela, os disparos em massa de fake news devem ser tratados como crimes na legislação brasileira.