As empresas já se convenceram que mobile é um assunto estratégico, uma vez que isso vem de uma demanda do mercado – ou o consumidor quer interagir, participar através de aplicativos móveis (B2C) ou o usuário interno das corporações (B2B) pressiona a área de tecnologia para desenvolvimento de aplicativos e alavancar os processos corporativos. Porém, poucas empresas conseguem definir um plano estratégico e de ação realmente assertivo para entrar (ou avançar) nesse terreno.

Apesar de tanto se falar sobre o assunto, o desenvolvimento de soluções mobile é complexo e vai muito além do que aparece no dispositivo do usuário – isso é o que se pode chamar de "ponta do iceberg". O aplicativo é a ponta emersa (fora d’água) e, submerso, estão fatores como a integração dessa solução com outros sistemas corporativos, segurança, desempenho, a distribuição e gerenciamento dessa aplicação e, principalmente, de que forma ela se encaixa na estratégia da empresa na área de mobilidade.

As demandas de mobile ainda são, via de regra, tratadas de forma isoladas e sem continuidade, o que leva a um cenário – infelizmente – comum das empresas criarem e lançarem aplicativos para o seu consumidor final ou para os seus colaboradores. O despreparo e a falta de um plano estratégico deixa essas empresas sem nenhuma capacidade de reagir aos feedbacks dos usuários, nem de conseguirem criar canais e mecanismos para ter acesso a esses retornos.

Encontrar as respostas a todos esses desafios consiste em estruturar uma estratégia de mobilidade assertiva. Para tal, eis cinco recomendações que podem guiá-lo neste processo:

1. Mobile ligado à estratégia da companhia: a assertividade do plano de mobile está diretamente ligada aos objetivos e estratégia do negócio da companhia – este alinhamento é essencial para que as ações de mobilidade tragam resultados satisfatórios. Para isso as pessoas responsáveis por mobile precisam saber quais as expectativas da companhia, para onde ela está indo e, assim, traçar uma estratégia pertinente.

2. Tenha um time multidisciplinar e de alta performance responsável por mobile: reúna talentos com diferentes perfis para traçar a estratégia mobile. Pessoas relacionadas à área de negócio da companhia consigam apontar de que forma a mobilidade influencia nas suas áreas. Já pessoas dos departamentos de tecnologia trazem a visão mais técnica, de integração, segurança, desempenho e gerenciamento. O objetivo é agregar esses vários perfis de profissionais em um único time, em um único modelo, de forma integrada, completa.

3. Integrar as iniciativas mobile à realidade de TI da empresa: a estratégia Mobile deve estar alinhada à realidade de TI, principalmente no que tange às integrações com os sistemas de retaguarda (ERP, CRM, etc.) da companhia e os requisitos de segurança, desempenho, disponibilidade etc., que precisarão ser considerados nas soluções móveis. Se, por exemplo, o usuário deve fornecer informações sigilosas ou pessoais para acessar um serviço, qual sua estratégia mobile para lidar com isso? Como protegê-lo? Quais as políticas de acesso e privacidade?

4. Investimento incremental e constante: o investimento em mobile deve ser algo contínuo e evolutivo, no qual a cada experiência se possa aprender algo novo. O fato de ser incremental permite a execução de projetos menores, mais ágeis, fáceis de se adaptar às mudanças da companhia. Hoje, ainda é muito difícil mensurar se aquela estratégia Mobile traçada é a correta, pois a mobilidade é um terreno que ainda está sendo explorado.

5. Começar: parece óbvio à primeira vista, mas muitas das empresas globais ainda não têm uma estratégia mobile. Se você não está pensando em ações que envolvam mobilidade, você está atrasado. Não há outra forma de aprender sobre mobile senão fazendo, pois não é algo que se possa aprender na teoria apenas. Fique atento! De um modo geral, as empresas que estão investindo em mobile já passaram da fase de "estudo", de entender o problema e saber para onde deve seguir, e, agora, estão agindo, estruturando e executando planos de ação.

É importante ter em mente que o segredo da assertividade deste processo está em saber aproveitar cada novo projeto, tirar conhecimento das experiências, realimentando a estratégia de mobilidade. Desta forma, este círculo virtuoso de "ideias-implementação-aprendizado" acaba se tornando um processo natural dentro das companhias.