Membro da equipe que desenvolveu o primeiro Kindle, em 2006, Greg Bateman identificou o Brasil como um mercado de grandes oportunidades para produzir e-books. Em março de 2012, chegou ao País com as ferramentas necessárias para criar, distribuir e, se os clientes (no caso, as editoras) desejarem, elaborar seu plano de marketing de livros digitais. Assim foi fundada a Hondana, empresa que converte o conteúdo de livros físicos para a plataforma digital e distribui os e-books para grandes livrarias digitais, como a Amazon e a Google Play, recentemente lançadas no Brasil.

Bateman, contudo, não gosta do termo “conversão” para nomear o trabalho feito pela empresa: “Não se trata de apenas converter o arquivo. Na verdade nós criamos conteúdo para o leitor digital, que tem suas especificidades, por meio de uma equipe de mais de cinco profissionais, todos com experiência no mercado editorial. O processo parece simples, mas é muito difícil fazer e-books como o leitor quer”, argumenta.

Diante da complexidade na confecção dos e-books, o preço cobrado depende do conteúdo. Segundo Bateman, a cobrança é feita por página e negociam-se lotes mínimos de dez livros na hora de fechar o contrato com uma editora. O empresário não revela qual a porcentagem recebida pela Hondana com a distribuição nas grandes livrarias digitais. "Porcentagem (em cima do valor de venda do livro) depende do parceiro. A porcentagem recebida nos e-books das editoras grandes é diferente daquela recebida com editoras pequenas, poque para essas últimas costumamos planejar uma estratégia de marketing", explica. 

Há nove meses no mercado, a Hondana é parceira de 20 editoras e já conta com 845 títulos no seu catálogo. Seu fundador estima que, até o fim do ano,sejam criados 1 mil títulos digitais. A expectativa é de crescimento vertiginoso: a projeção é que, no fim de 2013, a Hondana tenha cerca de 10 mil títulos no catálogo. “A Amazon e a Google Play só oferecem, por enquanto, 13 mil livros em português. Ainda é muito pouco. Eles podem ter um catálogo com até 50 mil livros no ano. Hoje, os e-books não representam nem 1% do que é vendido pelas editoras brasileiras, enquanto nos Estados Unidos esse percentual chega a uns 30%”, compara. “Há bastante espaço para crescer. Os brasileiros gostam de tecnologia, de coisas novas”, lembra Bateman.