O projeto Nuvem de Livros, lançado no fim do ano passado para testes, entra agora em sua fase de divulgação em massa e tem planos ambiciosos: conquistar 2 milhões de leitores até dezembro. Trata-se de uma biblioteca on-line multiplataforma que possibilita o acesso a milhares de livros, vídeos e conteúdos interativos mediante o pagamento de uma assinatura semanal de R$ 0,99 (mais impostos). Os arquivos não são baixados, ficando guardados em uma "estante virtual" de cada leitor. A Nuvem de Livros foi desenvolvida pela Gol Mobile e conta com a parceria da Vivo, para cujos clientes é disponibilizado com o exclusividade o acesso móvel à biblioteca.

Segundo Roberto Bahiense, publisher da Nuvem de Livros, o projeto tem três fases. A primeira foi da concepção da plataforma até o lançamento na Bienal; a segunda, a fase de testes, se estendeu de novembro de 2011 até março de 2012. E a terceira fase, que se encontra em andamento, consiste na divulgação e popularização do acesso à plataforma. No período de testes, a Nuvem teve 60 mil usuários, mas a meta é chegar a 1,2 milhão até o fim de maio, e a 2 milhões em dezembro.

Para atingir esse resultado, a Vivo está enviando propostas de adesão ao serviço a dezenas de milhões de assinantes, que poderão ler os livros tanto em smartphones e tablets quanto no site do projeto, informando seu número telefônico e senha. Além disso, a Nuvem virá embarcada em netbooks e notebooks da Itautec, cabendo ao usuário apenas pagar a assinatura. Por fim, a Nuvem de Livros está sendo negociada com escolas públicas e particulares, que em breve começarão a disponibilizar o serviço a seus alunos. Nesse caso, o estudante não paga nada (quem contrata o serviço é a escola), e poderá acessar o material por meio de uma senha, que será o seu próprio número de matrícula.

Segundo o vice-presidente de conteúdo da Gol Mobile, Amauri Mello, a iniciativa tem três públicos-alvo: o primeiro consiste em crianças e jovens que não têm uma biblioteca de referência em suas escolas (65% das escolas do Brasil hoje não têm biblioteca, totalizando cerca de 15 milhões de alunos). O segundo alvo são as novas famílias brasileiras, que ascenderam na última década, entraram na sociedade de consumo, e agora querem dar a seus filhos o acesso ao conhecimento. Trata-se, segundo Bahiense, de um mercado potencial de 60 milhões de pessoas no Brasil. E, por fim, o terceiro público-alvo é composto por estudantes de ensino à distância, avaliados em 4 milhões em todo o Brasil.

Catálogo

O maior destaque do projeto são as obras literárias. Com mais de 5 mil títulos contemplados por ora (sendo somente 5% das obras de domínio público), o acervo consagra todos os gêneros da produção literária: contos, crônicas, ensaios, poesias etc. O objetivo é reunir o melhor da literatura nacional e estrangeira, passando por clássicos até autores contemporâneos. Até o fim do ano, a expectativa é ter 10 mil títulos.
A curadoria de literatura da Nuvem de Livros ficou a cargo do premiado autor brasileiro Antônio Torres. Na área da Saúde, a Nuvem de Livros conta com a consultoria do endocrinologista Walmir Coutinho. Um grupo de professores cuida da seleção de conteúdos educacionais.

Ao acessar o serviço, o usuário cria um avatar, que vai ser sua base de interação com o serviço. A navegação na plataforma é feita com o auxílio de um “Robô Bibliotecário”, personagem virtual que ajuda a localizar livros por categorias como gênero, título, assunto, autor e editora.

Entre os recursos disponibilizados para os usuários estão um bloco de notas (que permite fazer anotações sobre o livro pesquisado) e uma sala de professores (plataforma que viabiliza a elaboração, à distância, de materiais didáticos, provas e planejamentos de aula. Inclui, ainda, oportunidades de capacitação em diversos formatos ─ desde cursos on-line à transmissão de palestras).

Modelo de Negócios

A Nuvem de Livros não é uma distribuidora de livros digitais. O projeto oferece ao mercado editorial um novo modelo de negócios, pelo qual as editoras são remuneradas pelo aluguel de seu conteúdo para leitura no suporte digital. Segundo Bahiense, o modelo de negócios é simples, havendo o pagamento de um percentual fixo às editoras em cima do valor da assinatura dos usuários que aderem ao programa.

O executivo afirma que levou em consideração “todos os anseios do mercado editorial”, tanto no encapsulamento e na segurança do conteúdo (sendo utilizado o sistema de proteção baseado no conceito de Digital Rights Management, que permite estabelecer parâmetros específicos sobre o acesso aos conteúdos – seja pela quantidade de usuários ou pelo tempo que podem acessar), quanto na forma de remuneração diferenciada.As editoras encaminham o conteúdo em formato PDF para a Gol Mobile, que processa o arquivo e o disponibiliza na nuvem.

Até o fim do ano, o projeto da Nuvem de Livros deve entrar em países de língua hispânica e de língua inglesa, totalizando três dos seis idiomas mais falados do mundo. O aplicativo suporta sistema operacional Android, e em breve estará disponível também para iOS.

Tela Viva Móvel

Roberto Bahiense participará do painel "A mobilidade em nuvem", que acontecerá no dia 16 de mai, entre 16h e 17h30, durante a 11a edição do Tela Viva Móvel, evento organizado pela Converge Comunicações. Para maiores informações, acesse o site www.telavivamovel.com.br