Em evento online promovido pelo Welcome Tomorrow nesta quarta-feira, 13, a pauta foi o futuro da mobilidade. Com participação de Cesar Urnhani, piloto de testes e apresentador do AutoEsporte, Guilherme Cavalcante, CEO e fundador da Ucorp., Renata Fuchs, diretora associada industry X da Accenture, e Silvia Barcik, head do vec Itaú, o painel teve como foco as movimentações para uma mobilidade mais inteligente.

Os participantes discutiram o impacto da tecnologia no setor automotivo e na gestão de frotas, além dos caminhos para tornar cidades e empresas mais integradas às novas ferramentas. As mudanças recentes na forma como usamos apps para nos locomovermos na cidade foram destaque entre as falas dos executivos.

“A principal disrupção de comportamento do consumidor hoje de mobilidade é ter a consciência de que não é necessário comprar um carro ou ter um bem para você se deslocar na cidade. O segundo ponto é a questão do compartilhamento. Como que a gente hoje, com tecnologia, traz esse novo modelo? Como a indústria vai se adaptar a esse momento de consumo, mesmo que em micromomento?”, apontou Cavalcante.

Na indústria automobilística, por exemplo, como explicou Fuchs, há uma mudança de paradigma, dado que as montadoras, até então, só se preocupavam em fornecerem um ativo, o carro. Hoje, com a possibilidade do compartilhamento e aluguel on demand, assim como o uso integrado de tecnologia nos automóveis, elas precisam pensar também nos serviços que oferecem.

“Com todas essas tendências, a montadora passa a querer ser também uma empresa de tecnologia. Existe um reposicionamento ali, que é essencial para a sobrevivência, no sentido de não ser uma empresa só suportada por software e, sim, controlada por software”, comentou a diretora da Accenture.

Urnhani enfatizou como a Tesla foi a empresa que mudou o cenário da tecnologia na mobilidade de forma drástica. A indústria automobilística, tradicionalmente, sempre teve o foco em fabricar produtos pensando no tipo de combustível utilizado. A companhia americana tem outra lógica. “A Tesla não é um carro elétrico, ela é um app sobre rodas”, resumiu o piloto de testes.

Por outro lado, o apresentador mencionou a falta de infraestrutura que ainda existe no País, assim como a necessidade de se desmistificar o carro elétrico, que possui limitações. Para ele, se não houver um acompanhamento da infraestrutura, não haverá de fato uma mudança do consumidor de mobilidade.