O Google apresentou para o Brasil e 27 países da União Europeia a expansão do Bard, a sua tecnologia experimental de inteligência artificial generativa. A solução está disponível para qualquer internauta brasileiro a partir desta quinta-feira, 13, via navegador mobile e desktop por meio do site bard.google.com em mais de 40 idiomas, como árabe, chinês, alemão, espanhol e português brasileiro.

Segundo Bruno Pôssas, vice-presidente global de engenharia para busca do Google, esta é a maior exposição da IA generativa desde seu lançamento em fevereiro deste ano. Disse ainda que Bard é para ser usado por todos e não apenas por profissionais de tecnologia, uma vez que é um complemento ao motor de busca.

Por sua vez, Leonardo Longo, gerente de marketing de produto para América Latina, o Bard tem a vantagem de combinar a amplitude do conhecimento mundial do Google com o poder, a inteligência e a criatividade dos grandes modelos de linguagem (LLM) da companhia. De acordo com Google, o Bard suporta até 5000 tokens – o termo técnico para pedaços de texto que compõem o modelo.

O trabalho de tropicalização do Bard demorou três meses, envolveu diversas áreas e passou por diversos ajustes feitos por equipes dentro e fora do Google e de várias localidades, para ser o mais plural possível, explicou Longo. Além disso, Pôssas reconhece que o Bard ainda é experimental, portanto, é natural que a IA apresente erros como:

  • Vieses;
  • Preconceito;
  • Alucinações, ou seja, algumas respostas podem não ser ligadas a fatos;
  • E até respostas ofensivas.

Por isso, os executivos frisam que o trabalho de desenvolvimento é contínuo e em fases, revisado por pessoas e possui salvaguardas e proteções, como botões para alertar sobre falhas e mostrar parte das origens das respostas; além de ser baseado em princípios de IA do Google. Aqui, vale dizer que o VP do Google afirma que os modelos de linguagem são baseados em informações públicas da web.

Funções e uso

Com a expansão para o Brasil e UE, o Bard chega com as funções que foram apresentadas nas primeiras versões para EUA e Reino Unido três meses atrás, como criar múltiplos rascunhos de texto e pesquisar no Google, mas também recebe seis novas funcionalidades. São elas:

  • Conversas recentes e fixadas na plataforma para os 40 idiomas;
  • Bard lê as respostas em voz alta (text-to-speech ou TTS, em inglês) para 40 idiomas;
  • Exportar o código Python para o Replit, a plataforma que permite trabalho colaborativo em códigos, também em 40 idiomas;
  • Compartilhamento dos conteúdos pesquisados pelo seu usuário via links compartilhados para 40 idiomas;
  • Modificar as respostas do Bard e o estilo das respostas (simples, longo, curto, profissional ou casual), esse apenas em inglês e em breve será expandido para novos idiomas;
  • E Imagens no Google Lens, também inglês e com expansão para novos idiomas em breve.

Vale dizer, o Bard não é cobrado em seu começo e, como é um experimento, o Google ainda não discorre sobre um modelo de negócios definido para esta aplicação de IA generativa.