A CCR RioSP, concessionária que explora o trecho entre Rio de Janeiro e Ubatuba da BR 101, está avaliando o uso de billing com a TIM como um novo meio de pagamento para os seus pedágios com free flow. Um primeiro teste foi realizado com a operadora, parceira de conectividade. Neste caso, o experimento era somente para notificar de alguma maneira aqueles clientes da operadora que passaram na BR 101 e que deveriam fazer o pagamento do pedágio. Vale dizer que a TIM é a operadora responsável pela instalação de conectividade 4G para o tráfego de dados na rodovia. A ideia é que, uma vez instalada a tecnologia, as empresas vão avaliar a possibilidade do carrier billing.

“É um próximo passo. Fizemos um teste na BR 101 com clientes TIM em que, durante um período, eles foram comunicados, de alguma forma, mas ainda não pelo celular, sobre suas passagens nos pedágios e que tinham que realizar o pagamento. Em um próximo momento, com a rodovia toda coberta com conectividade, a ideia é fazer isso (carrier billing) pela telefonia”, explicou Carla Fornasaro, diretora-presidente da CCR RioSP durante workshop promovido pela ANTT em Brasília nesta quarta-feira, 13.

Sobre o acordo entre TIM e CCR

A parceria firmada entre as empresas levará rede LTE para o trecho da concessionária na Rio-Santos – entre Ubatuba e Rio de Janeiro –, mas também na Via Dutra, igualmente administrada pela CCR. A conclusão do projeto de conectividade está prevista para 2025.

Neste caso, os testes aconteceriam com os clientes TIM. Aqueles que passarem, serão notificados pelo celular

Outras formas de autopagamento

Segundo Cleber Chinelato, superintendente de arrecadação da CCR, a concessionária busca parceiros e está fazendo estudos para oferecer billing com empresas de diferentes setores. Isso porque uma das maiores dificuldades da empresa é notificar a pessoa que passa pelo free flow e é identificada pela placa do veículo e não por tag. A comunicação sobre o pagamento é feita por meio de sinalização ao longo da rodovia, publicidade nas cidades e nos hotéis da região, além de parceiros físicos, onde é possível fazer o pagamento presencial – em dinheiro ou cartões de débito e crédito.

Em outro momento do workshop, o executivo explicou que a ideia é enviar notificações ao cliente por meio de SMS, email e outros canais digitais, porém, a empresa ainda não tem os dados daqueles que passam pelo free flow. “Queremos mandar SMS, email para fazer com que o cliente saiba que precisa fazer o pagamento. Mas, hoje, não estamos fazendo porque não temos informações do cliente. O desafio está maior neste momento por isso”, explicou. Vale lembrar que a inadimplência do pedágio está em 13,7%.

E, sem um email, telefone, como notificar? A solução é por meio de parcerias. Chinelato deu como exemplo uma seguradora. Neste caso, ela deve compartilhar a placa do veículo com a CCR para que ela notifique o cliente da seguradora que ele deve realizar o pagamento do pedágio.  O executivo também estuda parcerias com bancos, porém, nenhuma delas ainda se concretizou. Importante frisar que, neste caso, a pessoa precisa dar o consentimento desse compartilhamento de dados.

“Estamos abertos a isso, mas ainda não fechamos nenhuma dessas parcerias. Talvez por ser o início das operações ou pelo nosso volume (de veículos passantes), mas a gente entende que esse é o caminho e vamos ampliar. E o pagamento em dinheiro – porque ele tem que existir – pode ser feito em uma lotérica. Essas são algumas ideias”, aponta o superintendente de arrecadação da CCR.