Pequenas e médias empresas poderiam se beneficiar de um atendimento automatizado por bot mas não têm dinheiro para pagar pelo desenvolvimento customizado de um assistente virtual. Foi pensando nesse mercado que a startup CosmoBots desenvolveu uma plataforma para criação de bots na web que dispensa a necessidade de conhecimento de programação.

“Vemos alguns concorrentes cobrando preços altos, incluindo consultoria e dependência técnica de desenvolvimento. Nós buscamos uma plataforma que seja de fácil controle e gestão pelo cliente final. Ela é intuitiva o suficiente para alguém que já tenha montado um fluxograma. Nosso objetivo é democratizar o uso de bots em empresas que ainda não usam essa tecnologia”, relata Rafael Pettersen, CEO e fundador da CosmoBots, em conversa com Mobile Time.

“Nosso objetivo é democratizar o uso de bots”, diz Rafael Pettersen, CEO da CosmoBots

A plataforma da CosmoBots disponibiliza uma série de templates, de acordo com a finalidade do bot, o que facilita a sua criação. Alguns dos mas populares são os de qualificação de leads, questionário de pesquisa e FAQ, diz o executivo. A solução tem um motor próprio de processamento de linguagem natural, mas também oferece o uso do DialogFlow, do Google, como opção. E há planos de integração com Luis, da Microsoft, e Watson, da IBM, em breve. Os bots podem ser publicados em vários canais, como Facebook Messenger, WhatsApp, aplicativos móveis, sites na web etc.

Como modelo de negócios, a CosmoBots cobra uma mensalidade, cujo valor varia de acordo com a quantidade de atendimentos realizados. Se forem até 300 atendimentos por mês, o uso é gratuito. No plano anual, a mensalidade varia de R$ 250 a R$ 950 por mês, podendo superar 2,5 mil atendimentos, no caso do pacote mais caro. A CosmoBots considera que um atendimento tem em média 10 interações. E classifica como interação o envio de uma mensagem e o recebimento da sua resposta.

Em dois anos de operação, a CosmoBots acumula 2,5 mil bots criados e registra atualmente um volume mensal médio de 1,5 milhão de atendimentos e 10 milhões de mensagens.

Bots para processos internos

Embora foque em pequenas e médias empresas, a CosmoBots tem algumas marcas de renome em sua carteira de clientes, como iFood, GSK, Movida, Sul América Seguros e Grupo Petrópolis. Aliás, Pettersen nota uma demanda crescente por bots para uso interno de grandes companhias: “Diversas áreas de empresas começam a colocar bots para automatizar interações repetitivas relacionadas a RH, financeiro, informações sobre faturas, ordens de compra, inteligência comercial etc”.

Rodada de investimento

A CosmoBots já passou pelo programa de aceleração da Visa, fez residência no Google e agora faz parte da incubadora Wayra, do grupo Telefônica. O próximo passo em sua história é a captação de uma primeira rodada de investimento, prevista para os próximos meses. “Não definimos ainda o valor, mas será algo entre seed e série A. O ideal seria captarmos “smart money”, com um investidor que nos ajude a recrutar e a abordar o mercado”, comenta Pettersen.