O ex-secretário do tesouro dos Estados Unidos Steven Mnuchin anunciou que está montando um grupo de investidores com o intuito de adquirir o TikTok (Android, iOS), da ByteDance. Mnuchin lidera a Liberty Strategic Capital, uma empresa de capital privado com sede em Washington e focada em investir em empresas de tecnologia globais.

A iniciativa parte depois que o congresso dos EUA aprovou uma lei que obriga a companhia chinesa a vender a rede social ou a sair do país.

Mnuchin declarou ao canal CNBC que a lei deveria ser aprovada e o TikTok vendido.

O Projeto de Lei segue para o Senado, onde o seu futuro é incerto. De todo modo, caso a lei seja aprovada e chegue à mesa do Presidente Joe Biden, ele já avisou que assinará.

A ByteDance bem que tentou fazer lobby contra a lei ao enviar à sua base uma mensagem pedindo para que as pessoas ligassem para os congressistas pedindo a rejeição do texto. Mas não deu muito certo, e os parlamentares votaram e aprovaram o texto.

Segundo o Wall Street Journal, existe mais um interessado em comprar o TikTok, o ex-CEO da Activision Blizzard, Bobby Kotick. O WSJ informou que ele estaria também formando um grupo de potenciais parceiros.

O que a China diz

Enquanto empresários e investidores se movimentam para comprar o TikTok, durante coletiva de imprensa, o Ministro das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, comentou sobre a lei que está prestes a ser aprovada nos EUA. “Este projeto de lei adotado pela Câmara dos Representantes coloca os EUA no lado oposto dos princípios da concorrência leal e das regras do comércio internacional”.

“Se a chamada ‘segurança nacional’ pudesse ser citada à vontade para derrubar empresas competitivas de outros países, não haveria equidade ou justiça digna de nota. É pura lógica dos ladrões de tentar todos os meios para arrebatar dos outros todas as coisas boas que eles têm”, disse.

Perguntado sobre qual a diferença entre a venda ou o banimento do TikTok nos Estados Unidos e o banimento de Instagram, Facebook e YouTube, Wang Wenbin defendeu a China dizendo que o país dá boas-vindas a plataformas e serviços de diferentes tipos, mas elas devem cumprir as leis chinesas. “Isso é completamente diferente da maneira como os EUA lidam com o TikTok, que é claramente um ato de intimidação e uma lógica de ladrão.”

O ministro também afirmou que o país nunca solicitou e nunca solicitará que empresas ou indivíduos coletem ou forneçam dados de outros países para o governo chinês. “O governo chinês atribui grande importância à proteção da privacidade e segurança dos dados”, comentou. “O problema dos EUA é que, embora nunca encontrem provas de que o TikTok ameace a sua segurança nacional, os EUA recorrem ao poder do Estado e abusam da segurança nacional como razão para suprimir esta empresa”, reforçou.