Durante a reunião dos países do G7, na Itália, com a participação de países convidados – entre eles o Brasil – até o Papa Francisco comentou sobre inteligência artificial. O pontífice salientou que a IA é uma ferramenta fascinante e tremenda, mas alertou para seus riscos e enfatizou a necessidade de que o ser humano nunca deixe de comandar e de supervisionar a tecnologia de modo a preservar a dignidade humana e a vida. Papa Francisco foi o primeiro chefe da igreja Católica a participar do G7, encontro das principais potências mundiais e cujo enfoque foi a inteligência artificial. Lula também discursou sobre o tema e propôs uma governança global de IA.

“Os escritos sagrados dizem que Deus dá aos seres humanos o espírito para que eles tivessem sabedoria, inteligência e conhecimento em todos os tipos de tarefas. Ciência e tecnologia são, portanto, produtos extraordinários do potencial que está ativo dentro de nós, humanos. Foi a partir do uso desse potencial criativo que Deus possibilitou o surgimento da inteligência artificial assim como conhecemos”, disse.

Mas salientou que a humanidade não pode deixar que algoritmos superpoderosos decidam pelo seu destino.

Francisco reconheceu a revolução cognitiva e industrial que a IA representa mas também como ela pode contribuir para a criação de um novo sistema social caracterizado por mudanças profundas e épicas.

“Por exemplo, a IA tornará possível alcançar uma democratização do acesso ao conhecimento o desenvolvimento exponencial da investigação científica e a possibilidade de fazer com que as máquinas executem a maioria das tarefas exigentes, mas ao mesmo tempo poderia suportar mais injustiça entre países avançados e países em desenvolvimento, entre classes sociais dominantes e classes sociais oprimidas. Assim, põe em perigo a possibilidade de uma cultura do encontro e conduz a uma cultura do descarte dos outros”, afirmou.

Por ser uma ferramenta poderosa, a IA requer reflexões que estejam à altura da tarefa, resumiu o Papa.

A cúpula do G7 reúne os representantes de: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido.