Já usamos cartões de pagamento com tarja magnética ou chip há muito tempo.  Embora eles funcionem extremamente bem como uma forma segura e simples de fazer pagamentos, a verdade é que o mundo está mudando. As mudanças na tecnologia, na população e no comportamento do consumidor deram início a um período de transformação dos pagamentos digitais.

Essa transformação manifesta-se de duas maneiras: no padrão empregado e em como fazemos pagamentos. Embora muitos dirão que a adoção dos pagamentos digitais tem se dado de forma lenta e que algumas regiões estão se desenvolvendo mais rapidamente que outras, a verdade é que os pagamentos digitais já são uma realidade. 

E já vemos consumidores muito mais conectados na América Latina. Eles estão conectados em casa e no celular. O mercado da região da América Latina e Caribe é o quarto maior do mundo, com cerca de 326 milhões de pessoas usando smartphones ou outros dispositivos móveis. E o modo como eles usam esses aparelhos também está mudando: 54% dos usuários de smartphones na América Latina compraram usando um dispositivo móvel (ou m-commerce) conectado à Internet; e 22 milhões de novos usuários dizem planejar fazer compras pelo celular em breve. Dados de uma pesquisa realizada pela Business Insider (BI) Intelligence apontam que a região só fica atrás da Ásia-Pacífico em velocidade de crescimento do comércio eletrônico, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) esperada de 17%.

O que o setor público pode fazer para facilitar a adoção dos pagamentos digitais em um ritmo mais rápido? Como mostramos na conferência de tecnologia Emerge Americas 2016 em Miami, nos EUA, o segredo está no consumidor, que é o centro de tudo.  Os consumidores estão começando a prestar atenção nas novas tecnologias e se mostrando receptivos às diferentes opções de pagamento, mas para tornar os pagamentos digitais uma realidade na região as principais partes interessadas precisam ter em mente alguns fatores importantes que podem direcionar o comportamento do consumidor.

• Ser a solução para um problema do consumidor: isto se aplica a quase tudo e foi fundamental para o sucesso de empresas como Uber e Spotify.  Pois uma empresa, um aplicativo, ou mesmo um modo de pagamento deve satisfazer uma necessidade do consumidor para ter sucesso. Essa abordagem centrada no consumidor permite usar a tecnologia de modo efetivo para ajudar a economizar tempo, oferecer uma melhor experiência de compra ou oferecer ainda mais conveniência. Os consumidores não costumam adotar uma nova tecnologia se ela não servir para resolver um problema do mundo real.

• Garantir uma boa experiência para o usuário e segurança de alto nível: os consumidores estão mais exigentes. As empresas devem oferecer experiências de pagamento perfeitas, atraentes e seguras para satisfazer às exigências do mundo conectado em que vivemos.

• Integração com programas de pontos/fidelidade: Os consumidores precisam se sentir motivados – e programas de fidelidade e de prêmios são bastante eficazes como forma de incentivar o consumidor. Quem é que não gosta de um cafezinho grátis ou um brinde quando atinge uma certa quantidade de pontos ou faz uma compra de um valor específico? Oferecer um programa de fidelidade pode incentivá-los a adotar os pagamentos móveis, por exemplo. 

• Criar uma ligação emocional com a marca: os consumidores são influenciados por suas emoções. As emoções moldam as atitudes que definem as decisões e os comportamentos. Para promover e construir fidelidade de marca, a forma como interagimos com os consumidores no ambiente digital é fundamental.