Nada de filas se formando, nem de presença de artistas e famosos da mídia. Assim foi o lançamento dos novos iPhones  6 e 6 Plus no Shopping Eldorado, em São Paulo, na madrugada desta sexta-feira, 14. No local fizeram eventos de lançamento a TIM, Claro e Vivo, que ainda não abriu os preços de todos os modelos. A impressão que fica é que, pelo menos no Brasil, o glamour da chegada do smartphone da Apple em sua última geração já não comove tanto quanto antes.

Há alguns motivos para isso. Um deles é que agora a venda do aparelho não é mais exclusiva de operadoras, então há mais lojas vendendo na ocasião. Além disso, o varejo no País já pode comercializar os iPhones em esquema de pré-venda, como é nos Estados Unidos, eliminando a necessidade de se reservar o dispositivo ou entrar em filas.

Mas o que parece que é o motivo mais forte é o preço dos novos aparelhos. Enquanto o iPhone 5 saiu por R$ 2.399 em 2012 em sua versão mais básica, de 16 GB e sem subsídio, o 5S foi lançado em 2013 por volta de R$ 2.800. Agora, o iPhone 6 tem o menor preço de R$ 3.200, enquanto o iPhone 6 Plus não sai por menos de R$ 3.599 em seu modelo mais básico de 16 GB. Ou seja: o smartphone tem ficado R$ 400 mais caro a cada ano, algo que o consumidor brasileiro já não ignora mais. E, vale ressaltar, essa mudança de preço não acontece nos Estados Unidos.

É verdade que no Brasil há uma inflação incômoda e a alta do dólar, mas dificilmente consegue se justificar quando um concorrente top de linha como o Moto Maxx, da Motorola, sai por R$ 2.200 em sua versão de 64 GB. Ou o Moto X de segunda geração, que é oferecido a R$ 1.499. Já o preço sugerido do Sony Xperia Z3 foi de R$ 2.699. Note-se que esses dispositivos Android costumam ter o preço reduzido com descontos apenas algumas semanas depois de lançado. Há ainda o Microsoft (ex-Nokia) Lumia 1520, com preço sugerido de R$ 1.760.

Fica a impressão de que a Apple, ao menos no Brasil, não abre mão da segregação. De um lado, procura vender modelos antigos e com capacidade comprometida com o novo iOS 8, como o iPhone 4S, que é conercializado em inúmeras parcelas em varejo popular como Casas Bahia. Do outro, novos modelos que custam mais que o dobro que os mais tops da concorrência.