A Cielo prevê que a Black Friday de 2025 será a primeira com o Pix como principal meio de pagamento, disse o CEO da empresa, Estanislau Bassols: “O Pix deve chegar perto do cartão de crédito, ultrapassando de longe o débito na utilização para pagamentos”, disse.
A visão do executivo é baseada em um estudo feito pelo Instituto Expertise encomendado pelo Cielo no mês de setembro com 252 consumidores sendo uma mistura das gerações X e baby boomers (em média com 59 anos de idade), além da geração Z (29 anos em média).
Apresentado durante as comemorações de 30 anos da adquirente nesta sexta-feira, 14, a pesquisa revelou:
- 70% dos consumidores pretendem fazer compras na data comercial;
- Um terço deles querem gastar mais de R$ 1 mil;
- O crédito parcelado é o meio de pagamento preferido para fazer essas compras.
Contudo, a geração Z (mais jovem) tem intenção três vezes maior de usar o Pix, assim como querem aproveitar promoções para comprar itens que estão em suas listas de desejos. Por sua vez, os baby boomers e os Xs querem descontos reais. Mas todas as faixas etárias querem fazer mais compras online que presenciais.
Insights da Black Friday em 2024

Carlos Alves, vice-presidente executivo de tecnologia e negócios da Cielo
A companhia também apresentou dados da Black Friday 2024 como referência para a data de 2025, algo que foi feito por meio da Cielo Analytics, a plataforma de dados e analytics da companhia que se baseia em dados capturados de sua rede com 175 milhões de consumidores mensais e 700 mil comerciantes que representam 7% do PIB e 10% do consumo das famílias brasileiras.
Em 2024, as vendas no varejo de rua representaram 72% do faturamento contra 28% do online. Segundo Carlos Alves, vice-presidente executivo de tecnologia e negócios da Cielo, o resultado do ano passado reverteu a Black Friday de 2023 que foi “salva” pelo e-commerce.
O valor médio por perdido foi de R$ 154,46, alta de 43% contra R$ 108 de um dia comum. As áreas que mais tiveram vendas no últimos anos foram supermercados e hipermercados (29%), bares e restaurantes (10,5%) e postos de gasolina (10,5%).
Apesar de verem a Black Friday como uma “Black November”, ou seja, um evento que dura o mês o todo, os executivos da Cielo explicaram que a sexta-feira do evento comercial é aquele que mais concentra vendas em novembro (4,4% do total) e que mais impacta no faturamento (6%).
Por região, na sexta-feira da Black Friday 2024, São Paulo foi quem apresentou o maior volume de transações, 9,8 milhões, seguido pelo Rio de Janeiro, com 3 milhões de transações. Nota-se que além de ser três vezes maior, os paulistas fecham as compras por volta das 17h, enquanto os cariocas apresentam maior volume de vendas às 15h.
Maturidade na data
Alves, da Cielo, acredita que o brasileiro e o comércio evoluíram na Black Friday ao longo dos últimos 15 anos. O executivo lembra que:
- A data começou em 2010 exclusivamente online.
- Mas em 2012 e 2013 culmina em um momento de busca por credibilidade, algo alinhado ao movimento de grandes varejistas criando seus marketplaces e trazendo lojas de terceiros (sellers ou 3Ps, no jargão do setor) e seus produtos;
- Já em 2019 surge uma consolidação com o movimento da data integrando e-commerce com físico.
- Agora, no biênio 2024 e 2025, o consumidor fica mais maduro, exigente, as empresas se preparam melhor, e o movimento deixa de ser um pico de sexta-feira e passa a ser o mês.
A partir de 2025, Alves acredita que novos momentos trazem uma nova dinâmica para a Black Friday, como:
- Avanço das datas duplas ganham importância, vide 10.10 e 11.11;
- Mais experiências híbridas entre o varejo físico e digital;
- Consumo consciente, pesquisa e propósito da marca ganham mais força, alinhados à sustentabilidade, ética e impacto social com um consumidor mais exigente sobre o que e de quem consome.
Mas principalmente, o VP da Cielo acredita que a inteligência artificial ganhará capacidades em diversos momentos da jornada. Deu como exemplo:
- A identificação de produto;
- O comércio e suas transações. Neste caso, as mudanças vão acontecer a partir do somatório dos sistemas conversacionais, dos novos browsers oriundos das plataformas de IA (como o Comet ou o Atlas), e que se conectam ao catálogo do varejista, da busca, do prompt e da escrita. E, em seguida, o meio de pagamento/adquirente deve estar preparado com tokenização para uma venda segura e transparente.
“A IA é uma tendência clara e presente com ganho de maturidade e adoção no futuro”, completou.
