Enquanto a modelagem do leilão ainda não foi definida pela Anatel e o governo brasileiro começa a sinalizar um adiamento para 2021, o Chile vai abrindo caminho para se tornar o segundo país na América Latina a lançar o 5G, depois do Uruguai. A agência reguladora chilena, Subsecretaria de Telecomunicações (Subtel), iniciou na última terça-feira, 14, a tomada de subsídios até o dia 14 de fevereiro para a realização do futuro leilão de quatro faixas de frequências: 700 MHz, AWS (1.755-1.770 MHz e 2.155-2.170 MHz), 3,5 GHz e de 28 GHz.

As faixas têm diferentes configurações no leilão: a de 700 MHz terá um bloco de 20 MHz FDD; enquanto a AWS terá um bloco de 30 MHz também com a mesma duplexação. Nesses dois casos, a recomendação da Subtel é implantar 5G ou LTE. Já para a banda de 3,5 GHz, serão 15 blocos com mínimo de 10 MHz e em TDD, totalizando 150 MHz. A faixa de 28 GHz terá 800 MHz disponíveis, divididos em dois blocos de 400 MHz.

O edital prevê duas fases: uma em que se toma a avaliação técnica das propostas, incluindo os critérios de cobertura mínima, tempo de implantação de rede e população beneficiada. Uma segunda etapa terá critério arrecadatório apenas quando mais de um licitante queira o mesmo espectro, e ainda assim se as empresas obtiverem empate na pontuação da análise técnica.

O documento traz ainda a necessidade de adequação à norma atual de cibersegurança e infraestrutura crítica de telecomunicações, adaptando as medidas e ações necessárias para “garantir especialmente os três princípios do Convênio de Budapeste sobre ciberataques que são a confidencialidade das comunicações, a integridade dos dados e a disponibilidade de rede”.

“Com a publicação deste documento técnico, estamos dando outro passo para poder avançar ao lançamento da tão esperada rede 5G, que fará com que o país dê um salto qualitativo nas redes de comunicações, beneficiando a todos os setores produtivos e a nossos cidadãos”, declarou em comunicado a subsecretaria de telecomunicações chilena, Pamela Gidi. A própria Subtel ressalta que o Chile não licita espectro para serviço móvel pessoal há sete anos.