Monnos

Rodrigo Soeiro é CEO da Monnos. Foto: divulgação

Fundada em setembro de 2019, a brasileira Monnos (Android, iOS) é uma plataforma de criptomoedas que opera globalmente e está focada em atender investidores leigos no mundo das moedas digitais. Em um ano e quatro meses, a empresa soma mais de 20 mil usuários ativos mensais (MAUs) e, com a popularização desse tipo de investimento, pretende chegar no fim de 2021 com 100 mil MAUs. De acordo com uma pesquisa realizada internamente, apenas 7% dos usuários são brasileiros. E, desse universo, 38,5% nunca havia investido no ativo antes. Os outros 93% estão espalhados em 118 países, principalmente nas regiões asiática e africana.

O estudo também apontou que 67% dos clientes da Monnos estão na faixa de 26 a 45 anos. Mas uma fatia significativa, 14,8%, possui de 18 a 25 anos. E, por fim, 18,5% têm mais de 45 anos.

“São clientes jovens, que já estão se inserindo nesse cenário de investimento de risco, separam um capital do dia a dia e ficam navegando nas criptomoedas, analisam o que está em alta e o que está em baixa”, observa o CEO da Monnos, Rodrigo Soeiro.

A plataforma

A Monnos estimula seus usuários a usar a plataforma. Ela funciona da seguinte maneira: o cliente, se assim o desejar, pode tornar sua estratégia de investimento pública. Neste caso, ela é inserida em um ranking que apresenta a todos os clientes da plataforma as estratégias abertas para que algum interessado possa seguir uma ou mais. Neste caso, quem tem sua estratégia seguida por outros, ganha notoriedade e uma taxa mensal fixada por ele mesmo, que pode chegar a R$ 10 por assinante e a Monnos fica com uma porcentagem desse valor.

Como a plataforma é voltada para novatos e quer estimular a entrada de pessoas leigas, a Monnos procura levar a seus usuários informações sobre criptomoedas. Para tal, desenvolveu o News Feed, um agregador de notícias globais sobre cripto. É possível ler, curtir, comentar e compartilhar essas informações, tal qual uma rede social. “Nosso objetivo é facilitar a entrada de iniciantes neste mercado. É possível seguir pessoas mais experientes que deixam suas estratégias abertas. Fazemos um ranqueamento de performances entre as moedas digitais. É como uma rede social. Fazemos o papel de intermediário, sem parcialidade, e mostramos o resultado da estratégia dessas pessoas”, resume o CEO.

Monnos

Plataforma vai oferecer cartão de débito da bandeira ELO

Ao usar a ferramenta, o usuário é capaz de comprar, vender e fazer pagamentos com criptomoedas. O modelo de negócios é conhecido como CryptoBank. No momento, a Monnos oferece 40 moedas digitais que são inseridas numa carteira digital. O aplicativo também permite gerenciamento do portfólio. E, segundo Soeiro, em março, será oferecido um cartão de débito com função crédito da bandeira ELO, possibilitando o uso de criptomoedas para compras corriqueiras. A princípio, a empresa deverá cobrar uma taxa de emissão da tarjeta, mas ainda não decidiu se haverá anuidade. A proposta do cartão é entrar na disputa pelo cliente atraindo-o via cashback, oferecendo retorno de 0,02% até 5%. O CEO da startup explica que a empresa está em negociação com outras bandeiras para ofertar novas opções de cartões.

Universo

Todo o mês é inserido um novo ativo na plataforma. Para selecionar qual dos mais de 8 mil disponíveis no mercado, a Monnos faz uma votação entre seus usuários com cinco opções. A que receber mais votos começa a ser comercializada. Não à toa que os clientes da Monnos são chamados de Astronautas “porque cada nova criptomoeda que surge é um planeta a ser explorado”, explica.

Como se prevenir de ciladas

Para tentar fugir das possíveis roubadas existentes no mercado de criptomoedas, o CEO da Monnos explica que a empresa só insere moedas digitais que tenham uma história e um propósito consistente. É feito um trabalho interno para conhecer o token e ver o quão confiável ele é. A equipe da startup lê os White Papers dessas moedas digitais e explica aos seus usuários.

MNS e modelo de negócios

A Monnos também possui sua própria criptomoeda, a MNS. O token serve para recompensar seus usuários, que ajudam na detecção de bugs na plataforma, por exemplo.

A principal forma de retorno da Monnos é a troca de moedas. A plataforma cobra uma taxa para a conversão a partir de 0,3%, mas esse valor pode cair de acordo com a quantidade de MNS que o usuário tiver e pode chegar a 0,04%.

Outra forma de monetização é a cobrança de um percentual da taxa cobrada pelos especialistas que compartilham suas estratégias.

Uma terceira maneira é o bot próprio que captura a diferença de precificação e só executa a ordem quando há um delta positivo. Chamado de Exchange Hub, o robô monitora o preço dos ativos da plataforma em todas as exchanges às quais estão integrados. “Ao fazê-lo, temos a possibilidade de automaticamente comprar e vender ativos sempre que há uma oportunidade de ganho entre uma transação e outra. Por exemplo: Exchange A vende BTC a U$ 40 mil e a exchange B compra a U$ 45 mil. Ao identificar esta diferença de U$ 5 mil na precificação, a Monnos efetua a compra da Exchange A e vende para a Exchange B obtendo um ganho na operação e o dividindo com o cliente.

Expansão

A startup deverá ter seu primeiro escritório internacional na Suíça até o final do terceiro trimestre deste ano. Em seguida, provavelmente em 2022, a empresa deve abrir escritórios na Ásia e na África, mercados abertos à moeda digital. “A Suíça é um país que já tem uma regulação de criptomoedas. Entramos com o processo de licenciamento lá. Eles possuem um ‘Cripto Valley’ e  experiência no assunto. Poderemos trazer boas oportunidades de negócios para cá, inclusive profissionais experientes para o empreendedorismo local. Lá existem muitas iniciativas bacanas”, resume.