Ilustração: La Mandarina Dibujos

Em linhas gerais, um gêmeo digital é uma representação virtual fidedigna de algo que existe no mundo físico. Pode ser um objeto, um processo ou sistema, mas logo também poderá ser uma pessoa. Com o avanço das tecnologias vestíveis, da inteligência artificial e do 5G, futuramente será possível criar gêmeos digitais de seres humanos, agregando a eles diversos indicadores de saúde. Isso ajudará no tratamento de doenças e no aprimoramento da telemedicina.

Uma dessas aplicações está relacionada a estudos de casos clínicos. A partir da coleta de dados de um grupo de pacientes portadores de determinada condição médica,  é possível verificar a incidência de sintomas em doenças, auxiliando no diagnóstico. Esses indicadores poderão ser associados a gêmeos digitais, criando-se novas possibilidades.

“O gêmeo digital vai trazer isso em tempo real, com uma população real. Isso sim vai ser algo diferente, porque você vai poder verificar como o gêmeo digital que você está estudando se comportaria diante de uma medicação. Vamos criar um conhecimento que nunca tivemos”, contou Cristiano Fernandes, cofundador da Grifolabs, em evento online da MV, nesta quarta-feira, 15.

Fernandes deu o exemplo de pessoas diabéticas. Será possível captar dados em tempo real, como glicemia e pressão, gerando modelos virtuais de abrangência, com informações de uma grande quantidade de pessoas. Com isso, daria para simular como o gêmeo digital responderia diante de determinados tratamentos. “Qual é o melhor cenário para você? Isso vai fazer diferença. Eu acho que veremos todo o poder do metaverso”, comentou o cofundador, afirmando que isso ajudará a escalar aplicações do metaverso na medicina e a reduzir custos.

Outros avanços

Com os avanços na criação de gêmeos digitais, o metaverso terá outras aplicações na medicina. Uma delas é a possibilidade de fazer simulações de cirurgia. Por meio da criação de modelos virtuais produzidos a partir de exames, antes de realizar um procedimento, um cirurgião poderá visualizar o paciente de diferentes ângulos, treinar e tomar decisões antecipadas, minimizando erros. Consultas de telemedicina poderão ser ainda mais aprofundadas, quando os gêmeos digitais agregarem indicadores de saúde por meio de tecnologias vestíveis.

“O metaverso vai oferecer muito mais dados e facilitar ainda mais uma personalização dos cuidados com a saúde. É um dos ganhos nessa parte de cirurgia. É possível identificar, coletar o máximo de informações, imagens e exames, e simular para que, quando você executar o procedimento cirúrgico, você seja mais preciso e menos invasivo. Dessa forma, há uma recuperação mais rápida, taxas de mortalidade e de infecção menores. Isso tudo influencia na média de permanência, na taxa de ocupação, na rentabilidade do resultado”, afirmou Valmir Júnior, diretor comercial de produtos da MV.

Seja para a prática profissional ou para o ensino, o intercâmbio de informações de pessoas que estão distantes se intensificará, o que poderá ajudar a levar os avanços da medicina a locais distantes, que não têm acesso a isso normalmente. Como já ocorre, equipes médicas de diferentes países poderão colaborar na solução de casos médicos difíceis, por meio de interações no metaverso.