A Alcatel Lucent quer avançar na oferta de redes para o segmento de transportes de massa no Brasil, com foco especial em trens, metrôs e aeroportos. De acordo com Roch Muraine, diretor global de transporte e energia na fornecedora, há projetos da companhia com o metrô de São Paulo e aeroportos no Nordeste do País, mas ele acredita que é possível fazer mais e caminhar até a automação.

Um uso de caso de automação em transporte por meio dos serviços de conectividade de sua empresa é o novo sistema do metrô de Paris, Grand Paris Express, que será usado a partir dos jogos olímpicos deste ano: “Este é o projeto de sistema sobre trilhos mais ambicioso do mundo”, diz Muraine, ao lembrar que o projeto incluiu 200 quilômetros de novos trilhos para quatro novas linhas.

“Nós estamos fornecendo tecnologia para todas as linhas em Paris. E em algumas estamos até criando um sistema que esperamos ver nesse projeto”, afirma em conversa recente com esta publicação. “É algo que se inicia com os jogos de 2024, mas se estende até 2030”, completa.

Ao final do projeto, o sistema de metrô de Paris terá 18 linhas e 68 novas estações que terão backbone de rede IP/MPLS da Nokia e switches LAN OmniSwitch da Alcatel-Lucent para garantir a comunicação com dispositivos de Internet das Coisas (videovigilância e controle de ar, por exemplo), além da automação dos trens que é garantida por esse ecossistema de rede.

A empresa tem planos de longo prazo para o Brasil, inclusive por meio de oferta de cibersegurança e dos serviços integrados ao sistema da companhia, o Rainbow. Ao mesmo tempo, o executivo lembra que espera que governos e concessionárias pensem no longo prazo, uma vez que a tecnologia instalada deve durar de 15 a 20 anos.

“Hoje, vemos uma demanda para o curto prazo no Brasil por causa do preço. Mas se investirem menos no início, vão gastar mais no futuro”, concluiu Muraine, explicando que esta demanda, no momento, é de produtos/serviços que não são de longa duração.

Tecnologia

Atualmente, a Alcatel Lucent oferece seus serviços por meio do Rainbow e um sistema de construção de bloco (como um Lego) em nuvem que une serviços de áudio, vídeo, telefonia e até CPaaS com segurança para ser aplicado em qualquer ambiente corporativo, mas neste caso está em transporte de massa. Esse sistema do Rainbow é divido em três partes:

  1. Conectividade, como switches industriais para Wi-Fi indoor e outdoor em temperaturas extremas;
  2. Sistema focado em comunicação de missão crítica que pode ser móvel, fixo e em nuvem;
  3. E a capacidade para fazer comunicação e automatização em nuvem, algo que inclui a possibilidade de rodar aplicações em nuvem em mais de 20 datacenters no mundo, inclusive mobile via APIs.

“Nós fazemos ações na nuvem (como a Azure, da Microsoft) para facilitar a comunicação entre as aplicações, mas nem sempre entre pessoas. Por exemplo, se o cliente quiser mais poder computacional ou escalar sua inteligência artificial, a nuvem ajuda, pois está nesse sistema de construção de blocos”, completou.

Imagem principal: Roch Muraine, diretor global de transporte e energia na Alcatel Lucent (divulgação: ALE Brasil)