A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News identificou as linhas telefônicas responsáveis pelos disparos de mensagens em massa de notícias falsas por meio do WhatsApp durante a campanha eleitoral de 2018. O levantamento aconteceu depois que representantes do app de mensageria enviaram à CPMI, em novembro, uma lista. Das 400 mil contas banidas pelo aplicativo por uso irregular do app, 55 mil tinham o que representantes do WhatsApp denominaram de “comportamento anormal”, indicando que elas poderiam ser operadas por robôs. Dessas, apenas 24 linhas seriam responsáveis pela maior parte dos disparos. E, das 24, ao menos três ainda possuem contas ativas no serviço de mensageria. As informações são do site de notícias UOL que obteve com exclusividade acesso ao documento analisado pela comissão.

Segundo este mesmo relatório, tudo indica que as mensagens foram disparadas no Brasil, apesar dos números de IPs usados para operarem as contas suspeitas fossem dos Estados Unidos, Vietnã e também Brasil.

A reportagem aponta outras informações a respeito dessas linhas de maior atividade: das 24 identificadas, seis são do Brasil e 18 do exterior. Dentre as contas estrangeiras, duas não tinham informações de localização. Nas demais linhas estrangeiras, todos os 16 endereços de IP vinculados ao seu uso apontam endereços físicos dentro do Brasil. As 16 contas de WhatsApp eram usadas a partir de dois locais em São Paulo e um em Manaus, aponta a análise realizada por três especialistas a pedido do UOL.

A análise também apontou que as linhas brasileiras são de DDDs de São Paulo, Santos, Belo Horizonte, Florianópolis, Maceió e Caldas Novas.

O WhatsApp também apontou que seis linhas das 24 usavam celulares com a versão 4 do sistema operacional Android. Segundo a reportagem do site de notícias, alguns serviços de disparo em massa de mensagens foram desenhados para este OS. A versão do aplicativo também é a mesma nos celulares, indicativo para “atuação empresarial”, de acordo com um pesquisador na área de segurança da informação consultado pelo UOL.