O valor transacionado de compras com cartões no comércio eletrônico chegou aos R$ 700 bilhões em 2022, uma alta de 23% contra 2021, e equivalente a 18% do total de R$ 3,3 trilhões de pagamentos com cartões em 2022. Rogério Panca, presidente da Abecs, afirmou em conversa com a imprensa nesta quinta-feira, 16, que o ritmo de compras nesta vertical deve continuar em alta.

“Não vemos recuo no comércio eletrônico em 2022. Pelo contrário, nós tivemos R$ 700 bilhões em 2022 e em 2023 será superior. Ainda mais se conseguimos acelerar as entregas do débito no e-commerce”, disse o executivo.

Considerando ainda os valores do último ano, as compras com cartões de crédito cresceram 23,5% e contabilizaram R$ 679,5 bilhões. No pré-pago, o aumento foi de 52%, com R$ ,9 bilhões. Por sua vez, o débito teve um recuo de 20,5% e registrou US$ 10,7 bilhões das operações.

Débito

O representante da associação de emissores e adquirentes explicou que o débito tem espaço para crescer no comércio eletrônico, em especial com o lançamento de soluções que diminuam a fricção e melhorem a experiência do consumidor em seu pagamento: “De fato, nós tivemos um crescimento negativo no débito. Hoje, olhando as transações não presenciais, a experiência não é mais apropriada”, completou.

Contudo, as duas soluções programadas para serem lançadas em 2023 e que poderiam fazer frente ao Pix, o débito sem senha (transações de pequeno valor) e o click to pay (provisionamento de cartões tokenizados no e-commerce), só devem sair no segundo semestre do ano. A previsão anterior era do lançamento dessas soluções para o primeiro trimestre de 2023.

“Para essas duas ações entrarem em uso, nós precisamos do máximo possível de emissores e adquirentes oferecendo isso. Estamos vendo qual investimento de tecnologia tem que ser feito pelos players. Não deve ser no primeiro trimestre/semestre de 2023, mas veremos algo ao longo de 2023, ainda que não tenhamos todos os emissores e adquirentes prontos”, explicou Panca.

O executivo também adiantou que trabalha em uma solução padrão de código de barras para os boletos serem lidos por câmeras de smartphones. Essa solução já existe em alguns bancos, mas a ideia é padronizar e lançar em rede neste ano.