A Apple e a Qualcomm anunciaram nesta terça-feira, 16, o fim de todas as disputas judiciais sobre royalties entre as duas empresas presentes em diferentes partes do mundo. As empresas acrescentaram que chegaram a um acordo de seis anos de licença de patentes da Qualcomm. O acordo com vigência a partir de 1º de abril deste ano inclui uma opção para estender por mais dois anos a licença, além de um contrato plurianual para a Qualcomm fornecer chips para a Apple. A liquidação também inclui um pagamento único da Apple para a Qualcomm, porém o valor não foi revelado.

Quando tudo começou

A batalha entre as duas empresas começou em janeiro de 2017, quando o Federal Trade Commission (FTC) entrou com um processo contra a Qualcomm, que acabou se inclinando parcialmente em direção às alegações da Apple. A FTC justificou dizendo que a Qualcomm foi capaz de cobrar royalties exageradamente altos porque os fabricantes de celulares não tinham condições de negociar, especialmente porque a Qualcomm forneceu dois tipos principais de chips e poderia cortar os embarques se os compradores se recusassem a pagar royalties.

Dias depois a Apple processou a Qualcomm separadamente. Em seu processo, a Apple alegou que a Qualcomm usava o preço total do smartphone para cobrar por seus royalties. Em seu argumento, a Apple alegava que, com essa lógica, a Qualcomm ganhou mais dinheiro à medida que os celulares ficavam mais sofisticados com tecnologias que não estavam relacionadas ao seu chip, ou seja, telas, sensores de toque e armazenamento de dados, por exemplo.

A partir de então, a bola de neve cresceu e se espalhou para além dos Estados Unidos, com processos na Ásia e Europa.

Fim das especulações

A decisão da Apple pode pôr fim às especulações sobre o fornecimento de chips pela Huawei. Na última segunda-feira, 15, o CEO da empresa chinesa disse que estavam abertos para a venda de chips 5G à norte-americana. Com a volta da Qualcomm como fornecedora, mesmo que temporariamente, a Apple pode acelerar a chegada de iPhones habilitados para o 5G.

Ponto para a Qualcomm

De acordo com o New York Times, as cláusulas do acordo sugerem pelo menos uma vitória parcial da Qualcomm e de seu modelo de negócios baseado em patentes. As ações da Qualcomm, que foram prejudicadas pela disputa de dois anos com a Apple, aumentaram em 23% com a notícia do acordo.

A fabricante de chips informou que espera que o acordo produza um incremento na receita de US$ 2 por ação, à medida que os embarques de aparelhos da Apple afetados pelo acordo aumentem.