|Publicado originalmente no Teletime| Uma vez concluídas todas as etapas do novo plano estratégico anunciado pela Oi, a empresa resultante, a Oi S/A (ou ClientCo, como é referida no plano de recuperação) será uma empresa menor do que a atual, mas muito mais rentável. Em conversa com jornalistas nesta terça, 16, o CEO da empresa, Rodrigo Abreu, informou que a expectativa é que a empresa tenha aproximadamente metade do faturamento que tem a Oi hoje, e uma dívida também equivalente à metade da atual. “Será uma empresa com uma necessidade de Capex muito menor, e portanto muito mais rentável”, disse Abreu.

A empresa manterá todas as atividades atuais: venda de produtos, pacotes, atendimento, marketing, mas não terá que investir em infraestrutura. Essa responsabilidade fica com a InfraCo, uma das unidades segregadas no plano de recuperação da qual a Oi será uma acionista relevante, mas que terá outros acionistas e uma vida financeira própria. A ClientCo e a FibraCo terão, entre si, contratos de atacado, em que a Oi será usuária da infraestrutura da empresa de fibra. Estes contratos estão sendo definidos agora.

A Oi S/A também será uma empresa menor do ponto de vista gerencial, já que uma parte dos funcionários que hoje atua em áreas específicas das unidades segregadas tendem a ser absorvidos pelos futuros controladores, mas Rodrigo Abreu não dá detalhes. “Já temos isso bem desenhado mas ainda existem detalhes a serem acertados, por isso não estamos ainda dando referências”.

Segundo Abreu, ainda é complicado precisar quão fortalecida financeiramente ficará a Oi depois da venda de ativos (rede móvel, torres, data center e a participação da empresa de infraestrutura), porque tudo depende das condições finais de negociação e adesão dos credores a determinadas condições, mas o CEO diz que certamente será uma empresa bem mais robusta. A ideia é que a dívida bruta, hoje na casa dos R$ 24 bilhões, caia à metade. Segundo ele, toda a dívida passada permanecerá com a Oi S/A, razão pela qual as demais unidades estão sendo segregadas, e com necessidades de investimento substancialmente menores. Mas do montante de recursos que serão gerados pelas vendas dos ativos, cerca de metade permanecerá com a companhia e o restante vai para pagamento de credores.

Isso não quer dizer que a Oi não terá responsabilidade por nenhuma infraestrutura. O corte foi aquilo que pode ser caracterizado como infraestrutura efetivamente vinculada à concessão, como as redes de cobre e o backhaul associado a alguns serviços. Nesses casos, a FibraCo será a gestora da rede, mas a propriedade segue sendo da Oi S/A. As obrigações de concessionária serão todas da Oi S/A.

Rodrigo Abreu diz que a aposta da Oi S/A segue sendo na oferta de banda larga por fibra, que ele acredita que em três anos terá uma importância maior do que o serviço de voz.

Ele diz que uma das variáveis para o futuro da empresa é obviamente a migração das atuais concessões de telefonia fixa para o modelo de autorização, o que depende da das condições colocadas pela Anatel. Mas Abreu é enfático ao afirmar que o modelo de concessão, considerado pela empresa insustentável, tem dia e hora para acabar. “Se as condições de migração para autorização forem razoáveis, a gente migra. Se forem ruins, a gente devolve a concessão, ou ela acaba naturalmente em 2025. (A concessão) não será um problema para sempre. Ela termina em 2025 ou antes, mas depois disso não passa”, diz.

Leilão de 5G

O fato de estar vendendo a Oi Móvel não exclui a possibilidade de a Oi participar do leilão de 5G, explica Abreu, a depender do modelo e da formatação do edital. Isso porque, explica o executivo, um dos modelos possíveis do 5G é a oferta de banda larga fixa