O m-commerce está ganhando cada vez mais força no Brasil. Evidência disso é o levantamento da State of Mobile Commerce, divulgado no final de junho, que mostrou que os dispositivos móveis responderam por 14% das vendas de e-commerce no Brasil no segundo trimestre. Em janeiro desse ano, o 31º Relatório Webshopper da E-bit, entidade referência no fornecimento de informações sobre e-commerce nacional, revelou que as transações em mobile representaram 9,7% do comércio eletrônico nacional, quase o dobro do volume do mesmo período do ano anterior. 

Outro indicador de que o mobile está ganhando força, não só no comércio eletrônico mas em todo o universo online, é a decisão do Google em alterar seus algoritmos de ranqueamento. Agora, será levado em consideração também a possibilidade de adaptação da interface de um site para dispositivos móveis, ou seja, sua característica mobile-friendly. Segundo a própria empresa, isso acontece pois cada vez mais pessoas estão acessando o Google por dispositivos móveis, uma consequência do aumento do número de vendas de smartphones, e é importante que esses usuários tenham a mesma experiência que em um desktop ou um notebook.

Isso gera a necessidade de modificar o fluxo de criação de um site. Em vez de realizar uma adaptação de layout para smartphones e tablets, será necessário aplicar o conceito de mobile first – a criação de um projeto gráfico pensado desde o princípio para telas pequenas. Nesse caso, somente os elementos não essenciais são suprimidos, quando comparado a sites para telas grandes. Um exemplo disso é o e-commerce criado para a Varal Camisetas, uma loja física de moda jovem localizada em Santa Catarina. A interface foi pensada para permitir uma experiência de navegação otimizada também em dispositivos móveis.

O m-commerce está diretamente ligado a uma outra tendência: o showrooming. Isso quer dizer que, cada vez mais, as lojas físicas se tornam showrooms, onde os consumidores podem ir para experimentar, escolher tamanho ou analisar, de forma perceptiva, o produto que ele procura. No entanto, em vez de fechar a compra, esse consumidor utiliza o smartphone para pesquisar por opiniões online, verificar preços ou ter a facilidade de receber o produto em casa, em vez de ter que retirá-lo na loja, um forte peso na decisão de compra.

Porém, existe também um outro público que está migrando para o m-commerce. Os representantes comerciais das indústrias estão deixando de utilizar seus sistemas obsoletos, baseados em palmtops, e utilizando smartphones e tablets para as transações. Os sistemas de vendas online da indústria, que antes eram rígidos e programados nos próprios palmtops dos representantes, passam a ser muito parecidos com sites de e-commerce. Nesse novo formato, tanto o revendedor ou distribuidor podem fazer as compras no portal da indústria, quanto o representante pode utilizar esse sistema para auxiliar o cliente, com o smartphone do próprio representante, o que configura um novo público consumidor, dessa vez no atacado.

Os e-commerces precisam se adaptar a essa nova realidade e serem projetados para vender em telas pequenas, de forma simplificada e segura. Afinal, a tendência é que o número de usuários de dispositivos móveis continue aumentando, e as compras em mobile devem acompanhar a tendência. É hora de o mercado acompanhar essa mudança de comportamento do consumidor e preparar suas estratégias de marketing para vender cada vez mais em mobile.