| Publicada originalmente no Teletime | Com a rede 5G sendo ativada pelas operadoras nas primeiras capitais brasileiras, a disponibilidade de smartphones compatíveis com a nova geração é um dos pontos de atenção da indústria. Neste sentido, a desoneração tributária e o interesse de varejistas são vistos como possíveis alavancas para o consumo.

Durante evento promovido pela Qualcomm em São Paulo nesta terça-feira, 16, o CTIO da TIM, Leonardo Capdeville, abordou uma diferença na transição do parque de celulares para o 5G em comparação ao que ocorreu na migração para o 4G, iniciada em meados da década passada.

“No 4G, o Brasil se beneficiou da Lei do Bem [com incentivos fiscais para produção eletrônicos]. Já hoje, a parte de impostos para dispositivos móveis ainda está muito elevada. Houve um avanço do ICMS nos serviços, mas ainda há uma barreira de entrada nos dispositivos, que a gente precisa trabalhar. Quanto mais cedo essa barreira cair, mais rápido esse ciclo virtuoso vai funcionar”, afirmou Capdeville.

O raciocínio foi completado pelo presidente da Qualcomm na América Latina, Luiz Tonisi: de acordo com o executivo, dispositivos importados carregam uma carga tributária de 69% no País, o que deixaria o smartphone no top 10 de produtos mais tributados do mercado nacional. De uma forma geral, Tonisi afirma que 75% dos smartphones 5G disponíveis no Brasil utilizam a plataforma Snapdragon da empresa para o processamento.

A Qualcomm também revelou que a distribuidora Rcell está trazendo para o País modelos equipados com 5G que devem estar entre os mais baratos até o momento. Baseados no Snapdragon e montados no Brasil, os aparelhos são fruto de parceria com a mexicana Senwa e devem ser oferecidos sob a marca Acer, mediante licenciamento.

Varejo

Outro ponto abordado por executivos é o foco dado pelo varejo para aparelhos 5G nos últimos meses. “O varejista acordou para isso”, comemorou o CEO da área de consumo da Claro, Paulo César Teixeira, também nesta terça-feira.

“A nível de consumidor, há uma procura intensa em cima do 5G. Todo mundo está demandando e isso vai permitir uma rápida penetração, o que dá solidez para a perspectiva de trazer o tráfego do 4G para o 5G”, prosseguiu Teixeira. Hoje os dispositivos de quinta geração seriam cerca de 5% da base da Claro.

Além das varejistas, a operadora também relatou que tem pressionado fabricantes de dispositivos para que tragam mais aparelhos com preços mais acessíveis ao mercado brasileiro. Recentemente, a própria Claro comprou quatro produtos para colocar com exclusividade em seu portfólio de aparelhos 5G.