|Atualizado em 17 de outubro, às 15h45|

Prestes a completar um ano de sua oferta inicial de ações (IPO, no original em inglês) que arrecadou US$ 1,5 bilhão, a Stone está preparando o seu próximo capítulo com a expansão de serviços para o seu público-alvo, os comerciantes. De acordo com o sócio-diretor da companhia, Bernardo Carneiro, a jornada de sua empresa está mais próxima do digital.

“No relatório do primeiro trimestre deste ano, nós avisamos que lançaríamos a conta digital. No segundo trimestre avisamos que iniciamos os testes com dez mil empresas. Agora vamos expandir para uma parte da base até o fim do ano”, disse Carneiro, que atribui esse desenvolvimento ao fato de a empresa ter nascido digitalizada. “Quanto mais próximo do digital, melhor para nós”, disse o executivo, durante o IT Forum X nesta quarta-feira, 16.

Além da conta digital, a Stone atua com soluções de software como CRM, aplicações de fidelidade, ponto de venda, ERP e oferta de crédito e descritivo mensal dos gastos. A companhia também possui um sistema operacional próprio, o Mamba, que leva serviços pela máquina de pagamento, quando conveniente ao empreendedor.

Carneiro explicou que as maquininhas de pagamento ainda têm papel importante no Brasil. Em especial, em regiões mais distantes dos grandes centros urbanos brasileiros: “Entendemos que a maquininha ainda é uma realidade do Brasil. Nós estamos em 350 cidades e impactamos 1,5 mil municípios.”

Guerra da adquirência

Durante a conversa com Mobile Time nesta quarta-feira, Bernardo Carneiro disse que não vê um cenário caótico no mercado adquirência. Em sua visão, há espaço para todos os players. Ele citou a Stone como exemplo, uma vez que empresa cresceu 80% em clientes ativos no segundo trimestre de 2019, de 200 mil para 360 mil, e 70% em receita, de R$ 347 milhões para R$ 587 milhões, quando comparado com o mesmo período um ano antes.

“A tendência é que o mercado de adquirência melhore. Aquela ideia que os bancos engoliriam esse mercado (com a redução de taxas de recebíveis) não foi para frente”, disse. “Estamos completando um ano da IPO. Nesse período nossa velocidade de crescimento continua similar e a margem aumentou. E temos conseguido levar outros serviços aos nossos clientes focados em tecnologia”.

Carneiro ressaltou que a Stone não entrará na briga pela redução de taxas, pois acredita que “não há taxa zero”.

Além do desenvolvimento da empresa no País, o executivo afirmou que há segmentos que usam formas de pagamentos analógicas e com muitas barreiras que podem ser exploradas com meios de pagamentos eletrônicos móveis, como educação e saúde que usam boletos bancários.

PI

Em relação aos pagamentos instantâneos, o sócio da Stone explicou que a companhia está com a infraestrutura preparada para o movimento. No PI, ele afirmou que a ideia da companhia é ser agnóstica, que não fará preferência por tecnologia e que oferecerá a solução para seus parceiros.

“Nós não vamos julgar ou escolher qual solução dará certo. Desde 2015, nós acompanhamos a necessidade de abertura de mercado. Temos mais de 100 fintechs usando a nossa tecnologia”, afirmou. “Faremos o mesmo com software e banking. Daremos infraestrutura para todo mundo”.