pagamentos instantâneos

Ilustração: Cecilia Marins

O Pix completa dois anos de operação nesta quarta-feira, 16 de novembro. Ao longo desse período, o sistema de pagamentos instantâneos brasileiro acumula quase 30 bilhões de transações que movimentaram aproximadamente R$ 14 trilhões. Mensalmente são mais de 2 bilhões de pagamentos e R$ 1 trilhão transacionado atualmente. E os números seguem crescendo, como demonstram os dados compartilhados pelo Banco Central.

Ao todo existem hoje 138,4 milhões de usuários de Pix no Brasil. A maioria (127,8 milhões) são pessoas físicas e o restante, jurídicas. Juntas elas cadastraram 356,6 milhões de contas no Pix, que podem receber pagamentos através de 523 milhões de chaves, sendo 114 milhões de CPFs, 108 milhões de números telefônicos e 78 milhões de emails – o restante são chaves aleatórias.

Análise

O sucesso do Pix se deve a uma série de fatores. O maior deles é o fato de ser um projeto de estado, desenvolvido com esmero e profissionalismo pelos técnicos do Banco Central independentemente das trocas de governo. Além disso, é fruto de toda uma modernização do arcabouço regulatório do Brasil iniciada há cerca de dez anos e que ainda não terminou – seu mais recente capítulo é o open finance. 

Também contou a favor a transformação digital da sociedade brasileira e a disposição da população em experimentar novas tecnologias. Além disso, a má usabilidade dos serviços antecessores, a saber, TED e DOC, obviamente, contribuiu para o sucesso do Pix. Afinal, ele diminuiu sensivelmente a fricção no processo de transferências interbancárias.

Por fim, é preciso incluir nessa lista de fatores a obrigatoriedade do Pix. Não fosse um projeto mandatório para todos os grandes bancos e liderado pelo órgão regulador, dificilmente teria tido o mesmo sucesso.

O Pix botou o Brasil como referência no mapa mundial de inovação em serviços financeiros e de pagamentos. Nosso sistema serve de inspiração para outros mercados. E tudo indica que o open finance seguirá o mesmo caminho.