O número de golpes no setor de telefonia, especialmente na compra de celulares com documentos falsos ou roubados, cresceu 4,5% em 2015, segundo pesquisa divulgada pela Serasa Experian.

No ano passado, somando todos os setores da economia, foram registradas 1,9 milhão de tentativas de fraude conhecida como roubo de identidade, em que dados pessoais são usados por criminosos para firmar negócios sob falsidade ideológica ou mesmo obter crédito com a intenção de não honrar os pagamentos. O número obtido é equivalente a uma tentativa de fraude a cada 16,3 segundos no País. O resultado representou queda de 4,7% em comparação a 2014, ano em que foram registradas 2 milhões de tentativas (uma a cada 15,5 segundos). De acordo com os economistas da Serasa Experian, a estagnação da economia e a menor disposição do consumidor em ampliar seus gastos e compromissos financeiros durante o ano passado reduziram a ida ao mercado, diminuindo o universo potencial aos fraudadores para aplicar seus golpes.

Apesar do recuo no agregado, a quantidade de tentativas de fraude aumentou em 2015 em telefonia, já que neste segmento, caso a fraude seja bem sucedida, funciona como uma “porta de entrada” para os fraudadores poderem aplicar golpes de maior valor em outros setores da economia. A telefonia respondeu pelo maior número de tentativas em 2015, com 808.451 ocorrências, 41,5% do total no ano. Em 2014, telefonia representou 37,9% do total de tentativas de fraude.

O setor de serviços – que inclui construtoras, imobiliárias, seguradoras e serviços em geral (salões de beleza, pacotes turísticos etc.) – vem em segundo lugar com 567.960 registros no ano de 2015, equivalente a 29,2% do total. Em relação a 2014, houve queda de 12,4%. O setor bancário foi o terceiro do ranking de registros em 2015, com 389.205 tentativas, 20% do total e uma queda de 18,5% em relação aos registros de 2014.

Já o segmento varejo registrou 149.620 tentativas de fraude contra o consumidor, 7,8% das investidas contra o consumidor em 2015. O número de tentativas de fraude desse setor apresenta queda de 2,4% em relação a 2014. O ranking de tentativas de fraude de 2015 é composto ainda por demais segmentos, que totalizaram no ano passado 28.964 tentativas (1,5% do total).

Segundo a Serasa Experian, é comum que as pessoas forneçam seus dados pessoais em cadastros na Internet sem verificar a idoneidade e a segurança dos sites. Além disso, os golpistas ainda costumam comprar telefone para ter um endereço e comprovar residência, por meio de correspondência, e, assim, abrir contas em bancos para pegar talões de cheque, pedir cartões de crédito e fazer empréstimos bancários em nome de outras pessoas.