O governo federal está estudando a possibilidade de reduzir de 16% para 4% a tarifa de importação de produtos de tecnologia da informação, como computadores e celulares, informou o presidente da República, Jair Bolsonaro, em sua conta oficial no Twitter, no domingo passado, 16. O tema está sob avaliação no Ministério da Economia, escreveu o presidente.

Análise

A redução do imposto de importação facilitaria a entrada no Brasil de grandes marcas internacionais de celulares que ainda não se aventuraram no País, como as chinesas Oppo e Vivo – esta última provavelmente precisaria mudar de nome, para não gerar qualquer confusão com a operadora brasileira homônima.

Por outro lado, prejudicaria especialmente os fabricantes nacionais que produzem  smartphones de baixo custo, como Positivo e Multilaser. Ao mesmo tempo, marcas internacionais que hoje fabricam no Brasil, como Samsung, LG e Apple, farão as contas para ver se vale mesmo a pena produzir localmente em vez de importar. Uma mudança de estratégia é mais fácil para quem terceiriza a produção, como a Apple, que hoje contrata a Foxconn – mas é preciso avaliar o contrato entre as partes e sua multa rescisória. Para quem tem fábrica própria, como a Samsung, seria uma decisão bem mais delicada e difícil.

Se, por acaso, a redução de impostos de importação for estendida para componentes eletrônicos, aí beneficiaria também quem fabrica no País, já que boa parte dos componentes vêm de fora.