Vai faltar pulso para vestir tantas pulseiras e relógios inteligentes. Não me refiro a uma desproporção entre oferta e demanda no mercado de wearable devices, mas ao espaço útil de um pulso humano. Isso porque há uma variedade razoável de acessórios conectados com propósitos diferentes, desde um simples relógio inteligente, até uma pulseira para contar passos e calorias queimadas, passando por uma pulseira que serve para autenticar seu portador pelo batimento cardíaco, a Nymi, da canadense Bionym – vide matéria publicada recentemente por MOBILE TIME. E muitas outras estão por vir, principalmente se imaginarmos as oportunidades relacionadas ao setor de saúde. Se alguém quiser ver as horas, contar seus passos, não usar mais senhas e acompanhar seu batimento cardíaco, cada um com uma acessório diferente, vai precisar de um alongamento, ou então de um terceiro braço ciborgue.

Relógios e pulseiras inteligentes ganharam as páginas dos grandes jornais nas últimas semanas, especialmente depois do tão aguardado anúncio do Apple Watch. Todos os grandes fabricantes de celulares criaram versões de relógios e/ou de pulseiras para se conectarem com seus smartphones, como Samsung, LG, Motorola, Sony, Huawei e, agora, a Apple. Competem diretamente com fabricantes de menor porte que chegaram primeiro apostando no segmento de esportes e bem-estar, com pulseiras que medem atividades físicas, como Fitbit, Nike Fuel e afins. Há desde fabricantes de nicho até grandes marcas de setores variados apostando nesse filão – merece destaque a iniciativa de uma marca brasileira de sucos, a Do Bem, que resolveu criar sua própria pulseira conectada!

Na improvável hipótese de alguém querer andar com cinco ou mais pulseiras sacolejando em seu braço como uma passista na Marquês de Sapucaí, podemos esperar uma consolidação dessas funções nos produtos futuros. Há espaço para que sejam criadas pulseiras ou relógios que sirvam para quase tudo isso ao mesmo tempo. Assim como sempre haverá aquelas especializadas em um único aspecto, com a promessa de fazê-lo melhor que os concorrentes genéricos. Da mesma forma, teremos acessórios conectados para serem vestidos em outras partes do corpo, dos pés à cabeça, literalmente. Em um futuro não muito distante, vestiremos roupas funcionais e conectadas, que extraem dados do nosso corpo para finalidades diversas, como saúde, beleza e bem-estar, e os transmite para o smartphone, que seguirá funcionando como uma espécie de hub centralizador dessas informações.