Até 2023, 66% da população mundial estará conectada à Internet. Segundo o último relatório da Cisco, o Cisco Annual Internet Report Complete Forecast Update 2018-2023, o mundo passará de 3,9 bilhões de usuários da rede (2018) para 5,3 bilhões, um aumento de 36% nesse período. Em se tratando de conexões, o salto será de 59% entre 2018 e 2023, indo de 18,4 bilhões para 29,3 bilhões.

O planeta também sentirá a velocidade média das conexões acelerar, indo de 45,9 Mbps (2018) para 110 Mbps (2023).

Máquina a máquina

Globalmente, a pesquisa da Cisco mostra que as conexões M2M representarão 23% do total em 2023. Entre os segmentos mais significativos está o carro conectado, com 30% de taxa de crescimento anual composta (CAGR na sigla em inglês). As cidades conectadas estão logo abaixo, com 26% de CAGR; seguidas pela área de energia (24%); casas conectadas (20%); e trabalho conectado (15%).

“Os carros conectados vão dar um salto muito grande. A partir de agora, muitas funcionalidades opcionais de conectividade vão chegar ao consumidor de fábrica. Por isso o aumento expressivo”, explica Hugo Baeta Santos, diretor de operadoras da Cisco. “Veremos dispositivos diferentes do smartphone conectados. Teremos mais consoles de vídeo game, iluminação pública, geladeiras, carros, entre outros. Muitos deles já são uma realidade e isso tende a crescer ainda mais no Brasil e no mundo”.

Mobile momentum metrics

A base de dispositivos móveis continuará crescendo. Em 2018 havia 5,1 bilhões e, para 2023, a previsão é de ter 5,7 bilhões de dispositivos móveis em todo o planeta, aumento de 12%. Em se tratando de conexões móveis, o mundo passará de 8,8 bilhões para 13,1 bilhões, incremento de 49%.

A velocidade móvel média dará um salto significativo, de 13,2 Mbps (2018) para 43,9 Mbps (2023), ficando 3,3 vezes mais rápida.

5G e LPWA

O mundo começará a sentir o gostinho do 5G em 2022, representando 10,6% das conexões. Para a Cisco, a tecnologia 4G continuará sua expansão, indo de 42,1% para 46% cinco anos depois. De acordo com seu relatório, a conexão 5G gerará 2,5 vezes a 3 vezes mais tráfego do que as conexões 4G.

Santos destaca, no entanto, a conexão do tipo Low Power Wide Area (LPWA), específica para a Internet das Coisas (ou seja, NB-IoT e LoRa), cuja participação passará de 2,5% para 14,4% em cinco anos.

No Brasil

O número de pessoas conectadas à Internet no País será de 199,8 milhões em 2023, ou 92% da população estimada para o ano. Em 2018 eram 164 milhões.

O relatório da Cisco também aponta que a base de dispositivos conectados  vai pular de 508,7 milhões para  755,1 milhões, um aumento de 48%. “Os números estão em linha com os globais. É importante ressaltar que 44% dessas conexões serão móveis – ou seja, do 2G ao 5G – e 56% serão conexões fixas com ou sem fio”, explica Baeta.

A velocidade média por conexão também será maior, indo de 16,9 Mbps (2018) para 69,4 Mbps (2023), um aumento de 4,1 vezes.

No Brasil, os dados sobre os dispositivos móveis acompanham a evolução mundial. Em 2023, 84% da população brasileira terá um dispositivo móvel, ou seja, 181,1 milhões de pessoas. Em 2018, eram 169,7 milhões. As conexões móveis também darão um salto, indo de 242,7 milhões (2018) para 334 milhões. O mesmo acontecerá com a velocidade média da conexão móvel, que sairá de 8,9 Mbps (2018) para 41,1 Mbps, ou 4,6 vezes mais rápida.

Conexões móveis por tipo de rede no Brasil

Em 2023, no Brasil, o 4G será a principal tecnologia de conectividade móvel, com 58%; o 3G e o 2G (são analisados juntos no relatório) terão 30% de participação; e o 5G vai começar a ser visto, com 6% de participação, assim como as redes LPWA (6%).

Se comparados com os números da América Latina, o Brasil se destacará com relação ao declínio do 3G e do 2G – considerando que a média da região para os dois tipos de conexão será de 37% – e com a ampliação do 4G – o mercado latino-americano estará com 50% da participação.

“Vemos que, no Brasil, o 4G estará no ápice em 2023. As operadoras brasileiras ainda estão em plena monetização do 4G. Não faz sentido tirar uma tecnologia antes mesmo de ser paga. Quem já tem uma rede estabelecida, fará a mudança de forma paulatina, voltada especificamente para clientes que precisem dessa tecnologia”, explicou o diretor de políticas públicas da Cisco, Giuseppe Marrara.