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A Fundação Telefônica Vivo firmou uma parceria para abrir a primeira unidade da 42, um centro de treinamento de origem francesa em ciência da computação e codificação em software livre. Apresentada nesta quarta-feira, 18, a unidade fica na zona oeste de São Paulo e receberá um total de 176 alunos no primeiro ano, que farão avaliações e uma seleção chamada de ‘piscina’ entre outubro e novembro.

“Temos uma demanda enorme desses perfis (tecnológicos)”, disse Christian Gebara, CEO da Vivo, embora ressalte que não tenha prioridade na contratação dos formados na 42. “Hoje, a carência de profissionais com habilidades de programação é grande para nós. Estamos buscando em todos os lugares. Apostamos muito em canais digitais e inteligência artificial, como a Aura. Essas soluções demandam esses especialistas”.

De acordo Guilherme Decourt, diretor de parcerias e novos negócios da 42 no Brasil, o centro de treinamento funciona em modelo de parceiras para ser viabilizado, mas não é exclusivo com a operadora. Além da Vivo, o 42 São Paulo tem patrocinadores (pessoas físicas) que preferem ficar no anonimato.

Além da unidade na capital paulista, a 42 terá uma outra unidade no Rio de Janeiro até o começo do ano que vem. Contudo, essa unidade não terá apoio da Telefônica e não é administrada pelo time de São Paulo.

Vale lembrar, a Telefónica ainda possui parceria com a 42 no campi de Madri, Espanha.

Curso

Com duração de até cinco anos, o curso da 42 se baseia em uma metodologia coletiva. Os alunos trabalham em dupla. Além disso, os projetos criados na instituição são desenvolvidos com foco nas necessidades de empresas, como programas e sistemas avançados. Os horários são flexíveis, não há professores, parte do conhecimento é coletado em vídeos na web e o modelo de desenvolvimento e avaliação é baseado em gamificação, com níveis de um a 21.

A idade mínima para entrar na 42 é de 18 anos e não há idade máxima. Com outras 20 unidades ao redor do mundo, o aluno tem opção de procurar estágio ou fazer intercâmbio em outro campi, como explicou Decourt: “A pessoa fica de seis a nove meses em período de fundação, nível 1 ao 7; depois passa por experiência (faz intercâmbio no exterior ou estágio local). Passada essa etapa, ele entra na maestria (domínio das técnicas), que dura um ano. E depois chega o fim da jornada no nível 21”.

 

Etapas

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No primeiro ano de seleção, a instituição selecionará 176 alunos. Os processos para definir os escolhidos começaram no meio do ano e entraram na penúltima etapa de escolha.

Na etapa inicial em julho, o programa teve 12 mil inscritos, que fizeram testes por meio de um jogo. Desses, 2 mil foram aprovados para a segunda etapa. Chamada de check-in, os participantes conheceram o funcionamento da instituição presencialmente em agosto.

Agora, 352 pessoas caminham para terceira fase de seleção. Batizada de “piscina”, essa etapa é dividida em duas partes, uma durante o mês de outubro, com 176 participantes, e outra em novembro, com outros 176 participantes. Dentro da piscina, os postulantes aprendem inicialmente noções de programação, mas devem colocar o conhecimento que adquiriram na prática, ao apresentar projetos prontos, como réplicas de jogos e de serviços de streaming.

Vale frisar que 84 dos 352 participantes da piscina pediram bolsa-auxílio, pois não têm condições de manter-se ou deslocar-se para o curso.

Após o período de testes, as pessoas que passarem serão convidadas a estudar na 42 em 2020.