A AciGames (Associação Comercial, Industrial e Cultural de Games), entidade brasileira destinada ao fomento da indústria de games, vai abrir escritórios na Espanha, na China e na Tunísia no ano que vem. Eles vão se somar àqueles existentes nos EUA e na Itália, com o objetivo de contribuir para o intercâmbio com parceiros internacionais e fomentar a exportação de games brasileiros, inclusive os móveis.

Na China, o interesse principal é a entrada dos jogos brasileiros no mercado asiático. Para tanto, é necessário traduzi-los e realizar campanhas de marketing em chinês. Com um escritório local, a AciGames ajudará os desenvolvedores brasileiros nos contatos com prestadores desses serviços. Na Tunísia, o interesse é outro: contratar a mão de obra local de programação, muito mais barata que a brasileira. Se por aqui um programador mobile barato custa R$ 7 mil por mês, na Tunísia sai a R$ 2,5 mil, em média, afirma o presidente da AciGames, Moacyr Alves. Na Espanha, assim como na Itália e nos EUA, os objetivos são de intercâmbio entre empresas e a exportação dos games.

Melhorias

Alves avalia que o desenvolvedor brasileiro ainda precisa melhorar a qualidade final do seu produto e investir mais em marketing para tornar-se competitivo globalmente. Em parte, o custo de programação aqui é um dos entraves. Sua recomendação para desenvolvedores móveis é que comecem por apps com apelo local para o consumidor brasileiro e, depois de ganharem experiência, passem para games, aí com foco global, porque o mercado nacional sozinho não seria suficiente para sustentá-los. A abertura do escritório em Miami, o primeiro da AciGames no exterior, tem como objetivo exatamente dar suporte aos desenvolvedores de games que querem explorar o mercado internacional.

Mobilidade

A AciGames nasceu há três anos para fomentar a indústria de jogos digitais para consoles e computadores, tendo como principal bandeira a redução dos tributos para esse produto. Agora, trata também do fomento de games e apps móveis, tendo 26 desenvolvedores entre seus 147 associados. "Hoje é o mobile que faz a associação crescer", diz Alves.

Com o mercado de games para consoles e PCs relativamente estagnado mundialmente, é natural que o foco se expanda para o ecossistema móvel. "Dificilmente  um gamer hardcore gosta de um jogo móvel. São games diferentes para públicos diferentes. No mobile prevalece o jogo casual, cujo público topa pagar no máximo R$ 2. É para jogar na fila do banco. O gamer hardcore é o cara que tem tempo para jogar. Hoje, para a monetização, o mobile está sendo mais viável, porque envolve uma grande quantidade de pessoas", analisa.