Em maio deste ano, o estudo Fintech Mining Report, realizado pela holding de negócios voltados à inovação Distrito, contabilizou 550 startups ligadas ao setor financeiro. Boa parte desse número está de olho nas pessoas físicas. Algumas já começam a olhar para MEIs e MEs, um mercado de mais de 8,8 milhões de pessoas, segundo o portal do empreendedor. Mas também começam a surgir fintechs focadas em nichos, como é o caso do Linker (Android, iOS), uma plataforma de soluções financeiras focada em atender startups.

Em um primeiro momento, o Linker oferece conta pessoa jurídica com acesso a cartão de débito, cartão de crédito virtual, emissão de boletos, além de transferências, pagamentos e um atendimento 24/7, humano, via e-mail, chat, redes sociais, entre outros canais. A fintech é uma Instituição de Pagamento (IP) e conta com a parceria da instituição financeira Conductor que, por sua vez, possui também parcerias com outros bancos, e da Visa. A fintech está em fase final de testes realizados com 200 clientes “family and friends” e conta com 1 mil em fila de espera. Ainda em agosto, vai abrir aos poucos para que algumas dessas startups abram suas contas e, já em setembro, ficará disponível para as demais. A estimativa é que, até o final de 2019, a fintech tenha 2 mil contas abertas e 20 mil até 2020.

“É uma brincadeira, mas as startups vendem o almoço para comprar o jantar. São empresas com o dinheiro escasso e que são muito mal atendidas no mercado financeiro. O Linker quer ajudá-las e, como também somos uma startup, entendemos muito bem suas dores. Por isso, nossos serviços são uns dos mais baratos do mercado, não cobramos manutenção de conta, por exemplo, e somos focados em atendimento para atendê-los bem. As PJs conseguem abrir uma conta conosco em 5 minutos”, conta Ingrid Barth, cofundadora da fintech.

Barth explica também que o Linker tem capacidade para atender qualquer empresa, inclusive MEIs e MEs, mas que optou por concentrar os esforços iniciais em trabalhar para startups não apenas por elas serem empresas que enfrentam problemas no mercado financeiro, mas também porque são embaixadoras da sua marca. “Quando você presta um bom serviço para uma startup ela é fiel e levanta sua bandeira.”

Os sócios, a empresa

Ingrid Barth, cofundadora do Linker

O Linker nasceu a partir da parceria entre Ingrid Barth e David Mourão, ambos egressos do mercado financeiro. Ela conta com passagens pelo Santander, JP Morgan, além de fintechs como Neon – onde era head de PJ – e Foxbit, onde foi head de negócios. Por sua vez, Mourão trabalhou no banco Itaú, em Nova Iorque, na plataforma de investimentos alternativos Vinci Investments, e decidiu voltar para o Brasil no ano passado.

“Conheci meu sócio em agosto do ano passado e no mesmo dia saímos com a ideia do projeto. Mas a empresa começou a ganhar corpo e a dar os primeiros passos em janeiro deste ano”, explica Barth. “Eu e meu sócio já estamos há muitos anos no ecossistema de inovação e temos credibilidade no mercado. Além do mais, muitas das premissas já foram validadas por nós, quando trabalhávamos para outras instituições financeiras. Acho que por isso conseguimos montar o Linker de maneira tão rápida”, disse a cofundadora.

Atualmente o Linker conta com 12 pessoas e está no espaço Cubo Itaú, em São Paulo.

Parcerias

A fintech contará ainda empresas parceiras que ampliarão as ofertas de serviços da instituição financeira, entre elas: Zendesk, empresa que de produtos de atendimento ao cliente; Conta Azul, plataforma de controle financeiro, fluxo de caixa, emissão de notas fiscais etc; Loggi, de entregas; e Cow, espaço de coworking em São Paulo.

“Ainda não fechamos como serão todas as parcerias, mas com a Zendesk, por exemplo, vamos oferecer um ano de desconto caso o cliente use o nosso cartão”, explicou Barth.

Futuramente, o Linker vai ampliar as opções de parcerias com diferentes empresas de contabilidade, como: Conub, Advisor BPO e Ruppe (voltada para contadores).

Para 2020 a fintech quer aprofundar mais essas parcerias, oferecendo APIs de integração entre os sistemas “bem no estilo open banking”, resumiu a cofundadora. Há ainda a previsão do lançamento de um cartão de crédito físico.

“Integração é uma dor muito grande para as startups. Queremos ajudar o empreendedor a ter sucesso. Queremos que ele não perca tempo com burocracia”.