É preciso envolver a população em projetos de cidades inteligentes, dizem especialistas

O desenvolvimento das cidades inteligentes no Brasil depende não apenas da tecnologia, mas de como a sociedade pretender utilizá-las. Esse foi um dos motes levantados por especialistas do setor de tecnologia da informação e telecomunicações na tarde desta quarta-feira, 19, em debate realizado na Futurecom, em São Paulo. Para Luiz Carlos Faray de Aquino, diretor de negócios de TI e B2B da Oi, o segmento de smart cities está atrasado no Brasil e deve avançar apenas quando as três esferas do governo e o setor privado começarem a se mobilizar.

“Os projetos em cidades inteligentes vão funcionar se vierem de múltiplas esferas: federal, estadual, municipal e setor privado”, argumenta Faray. “A sociedade precisa estar envolvida", completa. Faray

Lucas Pinz, diretor de tecnologia da Promon Logicalis, enfatiza que a população sentirá melhorias quando forem adotados conceitos de digitalização das cidades. Ele deu como exemplo o projeto de iluminação pública de grandes metrópoles, como acontece em São Paulo, que pode ser ampliado não apenas para iluminação inteligente com lâmpadas LED, mas também com sensores de movimento e câmeras de segurança.

Kátia Galvane, diretora de negócios da Tacira, lembrou que as empresas não devem esquecer dos pequenos municípios brasileiros e sua realidade: “É importante lembrar que temos 5,8 mil cidades. Esses planos têm que ser viáveis para todo o País”. A executiva ainda frisou que essas tecnologias precisam ser experimentadas pela população antes de serem vendidas para o setor público, de modo que os governantes percebam sua importância.

Segundo Fabio Moraes, gerente de estratégias da GSMA, a evolução da tecnologia móvel do 4G para o 5G vai colaborar para o desenvolvimento das cidades inteligentes. O executivo ainda ressaltou que as operadoras têm um papel importante no desenvolvimento das smart cities, devido à experiência em gerenciar e criar serviços para as cidades. Moraes citou como exemplo o apoio que as empresas de telecomunicações pretendem dar para a Frente Parlamentar Mista, apresentada na última segunda-feira, 17.