Uma pesquisa realizada em nove países no começo de dezembro do ano passado aponta o Brasil como o mercado em que os consumidores estão mais propensos a trocar de operadora celular. 52% dos cerca de 1 mil entrevistados no Brasil disseram considerar a possibilidade de trocar de prestadora de telefonia móvel. Os percentuais verificados nos outros oito países foram: Coreia do Sul (48%), Colômbia (41%), Reino Unido (39%), Estados Unidos (38%), Dinamarca (34%), Japão (31%), Rússia (28%) e Índia (28%). "Uma das razões é a grande competição existente no Brasil, com cinco operadoras em algumas regiões. A portabilidade numérica também contribui", explica Ricardo Silva, diretor de marketing global da Nokia Siemens Networks, realizadora da pesquisa.

Em levantamento similar feito um ano antes o percentual de usuários brasileiros propensos ao churn era menor: 47%. Silva atribui o crescimento ao fato de o consumidor estar ficando mais exigente. Ainda segundo a pesquisa, 21% dos brasileiros estão dispostos a pagar mais para ter um serviço de telefonia celular com mais qualidade, enquanto a média mundial é de 18%.

De acordo com a pesquisa, 31% dos usuários brasileiros trocaram de operadora uma vez; 20% mudaram duas vezes; 9%, três vezes; 5%, quatro vezes ou mais; e 34% nunca trocaram e nem pensaram em ter um chip adicional. Entre aqueles que mudaram de operadora nos últimos seis meses, as principais justificativas citadas foram: promoções mais atraentes, preços mais baixos, recomendação de amigos e familiares e insatisfação com o serviço de atendimento. A razão menos citada foi a busca por uma melhor cobertura e qualidade no serviço de dados.

Também foram perguntados os motivos que levam o consumidor a permanecer em sua operadora. No Brasil, 41% citaram fatores relacionados à qualidade da rede e dos serviços, como cobertura, qualidade de voz e qualidade de dados. Outros 33% responderam preço e tarifas; 16%, atendimento; e 10%, portfólio de serviços e aparelhos.