A Uber não pagará os US$ 180 milhões de multa e cobranças legais impostas ao seu ex-engenheiro Anthony Lewandowski. Em um documento de 12 páginas entregue à Corte Distrital do Norte da Califórnia, os advogados da companhia afirmam que o fato de Lewandowski considerar-se culpado mostra que ele é um mentiroso, portanto não podem prosseguir apoiando-o.

Em março, após perder a ação contra a multa, Lewandowski pediu uma ação arbitrária, pois a Uber deveria pagar a multa devido ao acordo de indenização. No entanto, a companhia afirma que o contrato foi rompido em agosto de 2019 com base na sua fraude e má conduta do seu antigo funcionário.

Relembre o caso

O engenheiro foi acusado pelo Google de roubar segredos indústrias do projeto de carro autônomo da Waymo e colocá-los em sua startup Otto, que, por sua vez, foi vendida à Uber. Na época, Lewandowski declarou-se inocente, e disse para Uber que os documentos roubados eram para provar que ele trabalhou no projeto e que deveria ganhar seu bônus multimilionário.

No entanto, em sua primeira audiência contra o Google, Lewandowski evocou a quinta emenda da constituição norte-americana e ficou calado. No documento encaminhado à Corte, os advogados do Uber afirmam que indicaram para Lewandowski não usar a quinta emenda, mas responder a verdade.

Como resultado, a Justiça dos EUA indiciou o executivo em 33 crimes por roubo ou tentativa de roubos de segredos industriais. A Uber então demitiu Lewandowski, cancelou o seu acordo de indenização e firmou um acordo com o Google.

Ainda assim, o Google manteve e ganhou a ação contra o engenheiro que declarou-se culpado das acusações e foi multado no valor de US$ 180 milhões que devem ser pagos à sua ex-empresa.