O CEO da Vivo, Christian Gebara, acredita que o leilão de 5G deve se manter não arrecadatório e precisa ter suas obrigações  e valores bem descritos para não trazer encargos aos participantes. A fala do executivo foi dita durante live organizada pela XP Investimentos nesta quinta-feira, 20.

“Ainda não temos nenhuma sinalização que será dessa maneira (arrecadatório). Estamos discutindo nesse momento quais as obrigações e que valores estão associados a essas obrigações. O que estamos opinando dentro das consultas públicas é para as obrigações serem muito bem definidas, para que recursos adicionais não sejam exigidos no futuro”, disse Gebara.

O executivo ressaltou que o leilão é diferente dos anteriores em 2G, 3G e 4G, uma vez que “tem frequências de naturezas diferentes”, de 700 MHz a 26 GHz, em lotes nacionais e regionais.

Em relação aos prazos do leilão, O CEO da Vivo lembra que o MCom se posicionou para o leilão acontecer até julho, mas não pode dizer se o cronograma é realista ou não, devido à análise do edital junto ao Tribunal de Contas da União (TCU): “O TCU está analisando, pois é um leilão amplo, com muita frequência, o que exige vários tipos de obrigações com análise detalhada. Tem mais frequência sendo leiloada do que temos disponível no mercado brasileiro hoje”.

RAN Sharing, 5G e desligamento do 2G

Outro tema debatido na live foi o RAN Sharing da Vivo com a TIM. Segundo Gebara, a iniciativa possibilita o avanço de sua rede neutra, assim como o compartilhamento em sua futura rede celular de quinta geração.

“Saímos na frente com esse acordo de RAN Sharing com a TIM. Será também o começo do compartilhamento em 5G. Ao mesmo tempo teremos a rede neutra com a entrada de outros operadores em algumas cidades”, comentou.

O CFO da operadora, David Melcon, explicou que o cronograma dessa parceria de redes é feito em três etapas:

  1. Expansão da cobertura 4G que está instalada, onde a TIM tem cobertura e a Vivo não tem e vice-versa. Cada operadora contribui com 350 cidades para cada um. Atualmente, a rede compartilhada LTE funciona em 697 cidades;
  2. Consolidação da rede em cidades pequenas, de menos de 30 mil habitantes, com presença dos dois operadores para maximizar o uso da rede. O escopo desse segundo bloco são 1,6 mil cidades no Brasil;
  3. Desligamento do 2G com TIM e Vivo dividindo o país em duas partes, cada uma atendida por um dos parceiros para desplugar a rede.

“Está tudo caminhando muito bem e as economias vão surgir de dois tipos: vamos reduzir Opex, custo de energia e sistemas antigos, como acontece no 2G; e temos economia de Capex evitado no 4G. No lugar de investir em uma cidade que temos uma rede, estamos colocando os recursos em fibras ou tecnologias mais modernas”, disse Melcon.