Cunhaporanga é uma jovem indígena do Amazonas que viralizou no TikTok (Android, iOS) com vídeos curtos sobre os costumes de sua aldeia (veja um exemplo acima). Ela possui 6,5 milhões de seguidores e seus vídeos acumulam milhões de visualizações. Sua atuação como influenciadora digital só é possível porque o pajé da sua aldeia contratou o serviço de Internet via satélite HughesNet, da Hughes do Brasil. Cunhaporanga é uma das mais de 800 mil pessoas que acessam a Internet no Brasil através dos satélites da empresa. De acordo com o presidente da Hughes do Brasil, Rafael Guimarães, o serviço tem hoje 220 mil assinantes no País e cada ponto de acesso atende, em média, a quatro pessoas.

O HughesNet opera em banda Ka usando três satélites geoestacionários que somam mais de 50 feixes – cada feixe cobre uma área de 300 Km de raio. A capacidade apontada para o Brasil já está lotada, mas será ampliada com o lançamento de um novo satélite em 2023, o Júpiter 3.

Para usar o HughesNet é preciso instalar uma antena, que faz a comunicação com o satélite. Essa antena, por sua vez, é conectada a um roteador Wi-Fi. A velocidade dos planos varia de 10 Mbps a 30 Mbps e há também franquias de dados.

A empresa conta com uma rede de parceiros no Brasil que se encarregam da logística e da instalação das antenas. São profissionais como os antigos anteneiros das parabólicas.

“Todo dia a gente recebe vídeos pitorescos de gente subindo rio com antena, botando o equipamento no lombo de um burro. E teve até o caso de uma onça que apareceu na hora de instalação”, relata Guimarães, em conversa com Mobile Time. Como exemplo, após a entrevista, a companhia enviou para Mobile Time um vídeo gravado por um técnico que fazia o reparo de uma antena às margens do rio Negro, no Amazonas, quando recebeu a visita de um boto cor de rosa.

Mas não é apenas nos rincões do Brasil que os assinantes do HughesNet moram. Por incrível que pareça, há muitos usuários em estados do Sudeste, e até mesmo na cidade de São Paulo.

“Temos muitos assinantes em São Paulo, Minas Gerais e Paraná. As sedes de municípios estão muito bem cabeadas com provedores locais. Mas quando você sai do centro, há deficiência de conectividade. Até mesmo na cidade de São Paulo temos muitos assinantes, especialmente na borda da cidade. São áreas de sombra, onde fica difícil levar fibra ótica”, conta Guimarães.

A empresa coleciona histórias de empreendedores do interior que mudaram de vida depois que tiveram acesso à Internet. Há desde um produtor de cacau no interior da Bahia até donos de pousadas isoladas no Vale do Pati, também na Bahia, conta o executivo.