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O faturamento total do mercado de wearables no Brasil, somando oficial e cinza, foi de R$ 635 milhões no primeiro trimestre de 2021, um crescimento de 2% comparado ao mesmo período do ano anterior. Pulseiras e relógios ingeligentes representaram R$ 415 milhões e fones ‘truly wireless’ (Bluetooth), R$ 220 milhões. Os dados são da IDC Brasil e foram enviados com exclusividade ao Mobile Time nesta terça-feira, 20.

Em número de unidades comercializadas, o mercado de dispositivos vestíveis no Brasil cresceu 24,4% no primeiro trimestre de 2021 ante o mesmo período no ano passado. Ao todo foram 964 mil unidades, sendo 615 mil pulseiras e relógios inteligentes e 348 mil fones de ouvido. Por categoria, o aumento foi de 28% em fitbands e smartwatches e 20% em fones Bluetooth.

Receita e preços

Renato Meirelles, analista de pesquisa e consultoria em consumer devices da IDC, lembra que o atual resultado das pulseiras e relógios reflete um momento de inflexão nas vendas com o avanço do novo coronavírus (Sars-Cov-2) nos três primeiros meses do ano, mas principalmente pelo fechamento de lojas de artigos esportivos que vendem esses equipamentos.

Também pesa no comércio o sucesso de vendas no quarto trimestre de 2020 com a Black Friday. Ou seja, o consumidor não tem o mesmo apetite para compra. Por outro lado, o mercado de fones segue aquecido pela manutenção do home office e do ensino remoto.

O lado positivo da análise é o recuo no preço médio dos dispositivos, uma tendência que deve continuar em pulseiras e fones de ouvido. No mercado oficial, os smartwatches e fitbands custaram em média R$ 1,2 mil e os headphones, R$ 867. No mercado cinza, os valores são R$ 347 para relógios e pulseiras e R$ 364 para truly wireless fones.

Grey market

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Renato Meirelles, analista de pesquisa e consultoria em consumer devices da IDC

Note-se que os números do IDC incluem o chamado mercado cinza (‘grey market’, no original em inglês), composto por produtos falsificados e/ou não homologados pela Anatel. Esse segmento paralelo de vendas respondeu por 398 mil das 615 mil fitbands e smartwatches vendidos; um crescimento de 145% em comparação com o primeiro trimestre de 2020. Por outro lado, os fones comercializados no grey market somam 162 mil dos 348 mil; queda de 10% no ano a ano. Meirelles alerta para o aumento dos dispositivos vestíveis cinzas com uma representatividade próxima ao tamanho do mercado oficial, em especial nas fitbands, com diversos produtos falsificados.

Aumento da penetração

O aumento de uso de wearables pelos brasileiros tem sido notado também na pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box. A edição de junho deste ano indica que 24% dos brasileiros com smartphone possuem também uma pulseira ou um relógio conectado. Um ano e meio atrás, em novembro de 2019, eram 19%.