Com a mudança no modelo de cobrança do WhatsApp Business API a partir de fevereiro de 2022, quando cobrará por conversa em vez de por notificação, os chamados BSPs (Business Service Providers), como são chamadas as empresas autorizadas pelo app de mensageria a acessar sua API, precisarão agregar mais valor aos seus serviços. Essa é a opinião de Diego Freire, CEO da Huggy, empresa que disponibiliza uma plataforma de gestão de atendimento omnichannel e atua como um ISV (Independent Software Vedor) conectado a oito diferentes BSPs.

“O grande desafio dos BSPs agora é mostrar seu valor. Por que deve existir um BSP e não apenas a API?”, comenta o executivo, em conversa com Mobile Time. Ele lista uma série de serviços que podem ser prestados pelos BSPs para se diferenciarem no mercado, dentre os quais: garantir a estabilidade do canal através de SLAs; qualidade atendimento e auxílio na integração; e entrega de inteligência de dados sobre a operação do cliente, fornecendo informações como perfis dos clientes que mais contactam a organização, tempo médio de duração de cada sessão etc.

Freire discorda que a mudança na cobrança vá causar um impacto significativo no mercado. Pelo menos não entre os pequenas e médias empresas, que são o público alvo da plataforma da Huggy. Seus clientes registram em média 2 mil conversas por mês. Como o primeiro milhar será gratuito, eles pagarão por cerca de 1 mil sessões. Considerando apenas sessões iniciadas pelo consumidor, cujo preço estabelecido pelo WhatsApp no Brasil é de US$ 0,03 por conversa, e considerando um dólar cotado entre R$ 5 e R$ 6, isso significará um custo extra entre R$ 150 e R$ 180 para cada cliente da Huggy. Se levado em conta o retorno sobre investimento proporcionado pelo WhatsApp, Freire entende que é um custo acessível.